Violência doméstica continua a ser o drama mais atendido no Gabinete de Apoio à Vítima da APAV em Braga. Estrutura está a completar 25 anos de actividade.
O Gabinete de Braga da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) acompanhou, no ano de 2017, 280 vítimas directas de crime, revelou ontem, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, a coordenadora Marta Mendes. No seminário ‘A vítima e os serviços de apoio’, com o qual se assinalaram os 25 anos do Gabinete da APAV, aquela responsável apontou o “trabalho em rede” como estratégia obrigatória no apoio às vítimas directas e indirectas de crime.
Na área de intervenção directa do Gabinete sediado na Junta de Freguesia de S. Victor, que corresponde aos distritos de Braga e Viana do Castelo, os técnicos da APAV abriram 335 processos no ano transacto, idenficando 771 crimes de diversa natureza. Para além dos recorrentes crimes de violência doméstica, são relevantes os casos de homicídio tentado e abuso de natureza sexual sobre crianças e jovens.
No seminário que assinalou os 25 anos do terceiro mais antigo Gabinete de Apoio à Vítima do país, o comissário Ricardo Amaral, do comando de Braga da PSP, informou que, no primeiro semestre deste ano, foram sinalizados por esta força de segurança, no distrito de Braga, 297 casos de violência doméstica, número que alinha os registos verificados em 2015, 2016 e 2017.
O ano passado, a PSP de Braga acompanhou 615 casos de violência doméstica, contra 612 em 2016 e 587 em 2015.
Ricardo Amaral sinalizou o aumento dos casos de violência doméstica sobre idosos nos anos mais recentes, se bem que as mulheres se mantenham como o grupo mais vulnerável e este tipo de crime.
O comissário da PSP destacou também que mais de uma centena das denúncias de casos de violência doméstica são repetições de ocorrências anteriores e que em cerca de uma terço dos casos os crimes foram presenciados por menores.
Da parte da GNR, o cabo chefe Alberto Mendes apontou 80 crimes de violência doméstica entre cônjuges e análogos em 2017. No primeiro semestre deste ano, os militares da GNR em serviço no distrito de Braga receberam 73 denúncias do mesmo tipo de crimes, o que configura uma tendência de subida deste fenómeno.
Participante no seminário organizado pela APAV, o vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, Firmino Marques, considerou de “extrema importância para a comunidade” a acção desenvolvida por aquela associação nos últimos 25 anos.
“Esta causa não deveria existir, mas todos somos poucos para dar corpo a esta batalha”, declarou o autarca.
O 25.º aniversário do GAV de Braga tem sido assinalado com diversas iniciativas ao longo do corrente ano. A 12 de Abril foi inaugurada a renovação das instalações do gabinete.