O Ministério Público de Braga está a investigar uma funcionária municipal que é suspeita de cobrar 400 euros a candidatas dos concursos autárquicos anuais para auxiliares de educação nas escolas do concelho.

Fonte ligada ao processo disse ao JN que o caso envolverá dez pessoas que alegam que pagaram aquela quantia ou que foram abordadas para o fazer.

A investigação, por suspeita de corrupção, corre na PJ de Braga, onde as queixosas começaram a ser ouvidas esta semana. Segundo a mesma fonte, as testemunhas dizem que terão sido aliciadas pela dita funcionária da Câmara Municipal de Braga, de quem terá partido a iniciativa. Se o magistrado aceitar a tese, pode ser que evitem ser acusadas de corrupção ativa.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião de hoje do executivo, o presidente da câmara, Ricardo Rio, referiu que em causa está uma assistente operacional, que trabalha na área da limpeza.

“A ser verdade, e não temos nenhuma certeza sobre isso, trata-se, desde logo, de uma situação atípica, de exploração da ignorância das pessoas”, referiu.

O autarca sublinhou que um concurso de recrutamento para qualquer vaga segue um conjunto de formalismos e envolve tantos interlocutores “que ninguém de maior ou menor responsabilidade, seja político ou técnico do município, consegue influenciar” o resultado.

“Alguém vir cobrar uma verba para favorecer é um absurdo, ninguém o conseguiria fazer de modo próprio”, garantiu, acrescentando que, no caso concreto, estará em causa alguém “que não tem interferência direta nesse mesmo processo de recrutamento”.

Segundo Ricardo Rio, ao município foram reportados dois casos, mas poderá haver mais lesados.

A suspeita terá endossado responsabilidades para uma superior hierárquica, tendo esta já apresentado queixa por difamação.