O presidente da Iniciativa Liberal (IL) defendeu hoje uma ligação ferroviária direta entre Barcelos e Guimarães, linha que custaria “menos de um décimo do que aquilo que o Governo decidiu enterrar na TAP”, ou seja, 300 milhões de euros.

Esta linha ferroviária está a ser discutida há décadas e, agora que era possível incluí-la no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o PS “esquece-a pura e simplesmente”, criticou João Cotrim Figueiredo, que falava durante uma viagem simbólica de comboio entre Famalicão e Guimarães, no distrito de Braga.

“Portanto, um partido que diz que quer promover a coesão territorial, quer promover o desenvolvimento das regiões, quer promover a mobilidade sustentável e reduzir as emissões de dióxido de carbono porque é que se esquece de uma linha que serve nada mais nada menos do que 500 mil pessoas”, questionou.

O liberal revelou que esta ligação entre Barcelos e Guimarães, com passagem por Braga, custaria cerca de 300 milhões de euros, o que é “menos de um décimo do que aquilo que o Governo decidiu enterrar na TAP”.

A companhia aérea portuguesa, acrescentou, não serve a região Norte do país.

“Parece que há regiões do país que merecem todo o investimento sem questionar e outras que mesmo com oportunidades de financiamento do PRR acabam por não ver as suas necessidades contempladas”, frisou.

Além de demonstrar com esta viagem de comboio a falta de opções das pessoas, Cotrim Figueiredo quis desmascarar a “falta de coerência” entre as prioridades que o PS proclama e aquelas que depois, de facto, executa.

Atualmente, explicou Cotrim Figueiredo, quem faz a viagem entre Barcelos e Guimarães demora 02:05 e tem de mudar duas vezes de comboio, ligação que em linha reta são menos de 40 quilómetros.

Em Braga, depois de ter passado o dia no distrito, garantiu saber “exatamente” o que quer, ao contrário de outros no espetro político que andam sempre a vacilar.

Cotrim de Figueiredo acusou o PS e António Costa de fazer uma “campanha ioiô” porque anda sempre a mudar de opinião, ora defende uma maioria absoluta, ora não defende, ora não fala com os parceiros da ‘geringonça’ (BE e PCP), ora já marca “reuniões de namoro” para 31 de janeiro.

“Decidam-se”, pediu o liberal para, de seguida, dizer que o PS tem de dizer claramente o que vai fazer com o voto dos portugueses se não for o partido mais votado e se tiver de viabilizar um governo alternativo.

“Mas, escolher o PS não me parece uma enorme escolha, já experimentámos e já chega”, considerou.

E recordou: “o PS e António Costa são responsáveis pela estagnação do país e já demonstraram que não fazem a menor ideia de como pôr o país a crescer”.

Contudo, Cotrim de Figueiredo alertou que em 30 de janeiro a escolha não é só entre PS e PSD, ao contrário do que muitos querem fazer crer.

Escolher apenas entre PS e PSD é uma “escolha pobre”, entendeu, reforçando que o “voto mais útil” é na IL porque só a IL pode acabar com um governo socialista.

Cotrim de Figueiredo ressalvou que a IL é “clara” nesse aspeto e recusará acordos com partidos de esquerda e de extrema-direita populistas.

Num discurso de mais de 20 minutos, e o mais emotivo até agora, o liberal, que traçou como meta obter os 4,5% dos votos a nível nacional, disse que na noite das eleições vai responder por esse número.