Figura tradicional marca ritmo e simbolismo de uma das mais impactantes cerimónias da Semana Santa portuguesa
A tradição voltou a cumprir-se esta semana nas ruas históricas de Braga, com a imponente Procissão do Ecce Homo a captar a atenção de centenas de fiéis e visitantes. Com um ambiente solene e carregado de simbolismo, os misteriosos farricocos voltaram a marcar o ritmo de uma das mais emblemáticas cerimónias da Semana Santa portuguesa.
Cobertos com longas vestes negras e capuzes que escondem os rostos, os farricocos percorrem as ruas empunhando matracas, cujo som grave e repetitivo dita o compasso do cortejo. A sua presença confere um tom sombrio e penitencial à procissão, reforçando o espírito de reflexão e recolhimento que marca esta celebração religiosa.
A Procissão do Ecce Homo, também conhecida como “Procissão dos Fogaréus”, distingue-se pela sua forte carga simbólica e pelo envolvimento da comunidade, sendo um dos momentos altos da Semana Santa em Braga. Realizada à noite, é iluminada apenas pela luz de archotes e velas, criando uma atmosfera única de fé, silêncio e introspeção.
Para os bracarenses, esta é uma tradição com séculos de história, que continua a emocionar e a atrair pessoas de todas as idades. “É uma cerimónia que nos liga ao passado, à espiritualidade e à identidade da nossa cidade”, refere um dos participantes.
A Semana Santa em Braga é considerada uma das mais importantes manifestações religiosas do país, e a Procissão do Ecce Homo um dos seus pontos mais icónicos — onde a fé caminha de mãos dadas com o simbolismo, e os farricocos continuam a ser os guardiões de um ritual que resiste ao tempo.