O presidente do Coliseu Porto convocou, esta quarta-feira, uma Assembleia Geral com vista a obter a aprovação, por parte dos membros da Associação Amigos do Coliseu Porto, de duas soluções que procuram garantir a continuidade da sala.
O Coliseu é propriedade da Associação dos Amigos do Coliseu Porto, entidade sem fins lucrativos e com estatuto de utilidade pública, fundada em 1995 para evitar a venda do edifício a uma seita religiosa. Atualmente, bate-se com a necessidade imperativa de obras de reestruturação. “Obras que, se não forem feitas, põem de novo em causa a sala e a sua função”, como aconteceu em 1995, em circunstâncias diferentes, lembrou Eduardo Paz Barroso.
“Tenho alertado para esta necessidade e tendo procurado junto dos associados de referência, Câmara do Porto, Área Metropolitana e Ministério da Cultura, que encontrem soluções, já que o investimento ronda, numa estimativa inicial, os seis milhões de euros. Dificilmente esse esforço pode ser pedido aos pequenos associados individuais”, acrescentou.
A Câmara do Porto disponibilizou-se para intervir e investir nas obras de reestruturação. “A Câmara do Porto fará o que for preciso para que o Coliseu se mantenha de pé, mantendo a sua função, o seu charme e a sua glória. E chegou o momento de termos mesmo de o fazer”, anunciou Rui Moreira.
“Falta que a Associação dos Amigos do Coliseu concorde e avalize, em Assembleia Geral, esta solução. E falta ainda encontrar um modelo de gestão que permita à Câmara intervir e investir, o que neste momento não pode acontecer, por razões estritamente legais”, acrescentou o autarca.
“Temos, contudo, o caminho traçado, estando a ser ultimada a solução jurídica que o permita fazer, através de um trespasse que garanta os direitos históricos da Associação, dos seus recursos humanos, da sua direção, mas que endosse ao Município a responsabilidade de intervir e gerir”, concluiu Rui Moreira.
Há a intenção de um protocolo e contrato de patrocínio entre o Coliseu Porto e o grupo segurador internacional Ageas. Com esta aproximação, a Ageas está disponível para apoiar o Coliseu com 900 mil euros em três anos, com possibilidade de renovação por igual período e valor. Durante esse tempo, a sala, inaugurada em 1941, passa a adotar o nome comercial “Coliseu Porto Ageas”.
“A Ageas é um Grupo segurador internacional forte e que aposta em Portugal no longo prazo, do ponto de vista de desenvolvimento do seu negócio e de crescimento, mas também através de um papel ativo e responsável na sociedade. O Coliseu foi uma escolha óbvia, pelo simbolismo e pela diversidade, mas também pela evolução e visão futura que se pretende para este espaço, pelo que achámos que seria a união perfeita”, disse Steven Braekeveldt, CEO do Grupo Ageas Portugal. “Estamos fortemente empenhados em contribuir para que o Coliseu continue a ser uma referência na cultura nacional”, concluiu.
A Assembleia Geral de Amigos do Coliseu do Porto decorrerá no dia 9 de abril, às 18.30 horas.