Itália partilha o seu Dia da Liberdade com Portugal; a 25 de abril de 1945, os italianos celebraram a sua libertação. 75 anos depois, em plena pandemia de Covid-19, trocaram as ruas pelas janelas das suas casas, de onde cantaram não “Grândola Vila Morena”, mas “Bella Ciao”, hino da resistência antifascista.
Os italianos foram este sábado à janela para cantar o hino nacional e a música “Bella Ciao”, que evoca a resistência italiana contra o fascismo, para assinalar o seu dia da liberdade.
Para marcar a efeméride dos 75 anos do fim do fascismo, aviões de combate desencadearam as três cores da bandeira de Itália sobre uma Roma ensolarada, com ruas vazias devido ao confinamento nestes tempos de pandemia de Covid-19, que já matou 26.384 pessoas no país.
Minutos antes, milhares de residentes cantaram “Bella Ciao” para celebrar a libertação do país, em 1945, que pôs fim a 23 anos de fascismo e a cinco anos de guerra.
A escolha dessa música causou o ranger de dentes dos italianos que não a reconhecem, acrescenta a agência France-Presse.
“Respeito aqueles que deram a vida pela liberdade do nosso país, mas, em vez de cantar ‘Bella Ciao’, considero agora uma prioridade ajudar com dinheiro os cidadãos necessitados”, escreveu na rede social Twitter Matteo Salvini, chefe da Liga (extrema-direita), o principal partido da oposição no país.
O presidente da Câmara de Milão, Giuseppe Sala, eleito pela esquerda numa região conquistada à Liga de Matteo Salvini, convidou um amigo, o músico Saturnino, para tocar “Bella Ciao” na varanda da autarquia, perante as poucas pessoas que passavam.
O Presidente da República, Sergio Mattarella, colocou uma coroa de flores no túmulo do Soldado Desconhecido, numa cerimónia com um número reduzido de participantes.
Aliado da Alemanha de Hitler, o ditador fascista Benito Mussolini foi derrubado em julho de 1943. Depois de preso, foi resgatado pelos comandos alemães para instituir em Salo (norte) um ‘regime fantoche’ apoiado pelas tropas nazis, que tinham reforçado sua presença na península.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 198 mil mortos e infetou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (51.949) e mais casos de infeção confirmados (mais de 900 mil).
Seguem-se Itália (25.969 mortos, em quase 193 mil casos), Espanha (22.902 mortos, mais de 223 mil casos), França (22.245 mortos, mais de 159 mil casos) e Reino Unido (20.319 mortos, mais de 148 mil casos).
Portugal contabiliza 880 mortos associados à covid-19 em 23.392 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 26 mortos (+3%) e mais 595 casos de infeção (+2,6%).