Em onze testes à covid-19 realizados, quase todos, a jogadores do Vitória SC e Famalicão, apenas dois estavam corretos.
Os erros nos testes da Unilabs, laboratório que a Liga escolheu como parceiro para testar jogadores e equipas técnicas dos 18 clubes da Liga, são revelados na edição deste sábado do Expresso.
Na amostra denunciada ao semanário, de onze análises só duas estavam corretas. Os onze testes foram feitos, há cerca de dez dias, a jogadores dos dois emblemas minhotos.
Em Guimarães, foram identificados três positivos e um inconclusivo e em Famalicão sete positivos. Porém, apenas dois casos, detetados em ambos os clubes, eram verdadeiramente positivos – os restantes nove eram, afinal, negativos.
Segundo o Expresso, a falha foi detetada por mero acaso por um médico do Hospital de S. João, no Porto, que estava a fazer um estudo de identificação de anticorpos à covid-19 em atletas de vários modalidades. E o médico tinha negativos muito recentes para os jogadores do Vitória que a Unilabs deu como positivos.
O clube foi contactado e decidiu fazer uma contra-análise naquele hospital, detetando-se o erro.
Alarmado, o Famalicão também recorreu ao S. João, mas, explica o Expresso, acabou por ser a Unilabs a assegurar as zaragatoas e a descobrir a falha.
Contactado pelo semanário, o laboratório refuta a existência de falha nos procedimentos, salientando que o teste utilizado cumpre todos os requisitos das autoridades de saúde, mas não tem uma sensibilidade 100%.
António Maia Gonçalves, diretor técnico da Unilabs, acrescenta que o problema maior seria se fosse o contrário: falsos negativos. Aí poderia estar em causa a segurança dos atletas e equipas técnicas. “Tem de se pecar por excesso de zelo”, defende.
O Expresso revela, ainda, que a Unilabs tem no topo da hierarquia da administração Sérgio Gomes da Silva, filho o atual presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e Luís Menezes, filho do antigo autarca de Gaia Luís Filipe Menezes.