A FIFA e as seis confederações que a compõem (incluindo, portanto, a UEFA) “enfatizam fortemente” que a criação de uma Superliga Europeia, disputada pelos clubes mais ricos, “nunca será reconhecida” por qualquer das entidades, e que qualquer jogador ou equipa que nela participe será proibida de competir em qualquer prova organizada por estas entidades.
Foi parecendo uma ideia distante, não abstrata mas longínqua nas possibilidades, ouvia-se o presidente de um qualquer clube abastado a falar nela de vez em quando, só que, na prática, o plano dos ricos se unirem e criarem um grupinho à parte para ficarem com o muito dinheiro de direitos televisivos canalizados para o futebol parecia ser, resumindo, apenas uma hipótese.
Um plano dos abastados para mais fartos em receitas ficarem, partindo do pressuposto que os adeptos querem é assistir a jogos entre os clubes mais ricos, logo com as equipas onde estão os melhores jogadores e por aí em diante e também não se sabia ao certo qual o papel da FIFA ou da UEFA no meio de tudo isto. Até agora.
Esta quinta-feira, num curto e conciso comunicado, a FIFA quis “reiterar e enfatizar fortemente que tal competição nunca será reconhecida” tanto pela entidade que rege o futebol internacional, como “pelas respetivas confederações”. São seis: a AFC (Ásia), CAF (África), Concacaf (América Central e do Norte), CONMEBOL (América do Sul), OFC (Médio Oriente) e a UEFA.
E mais, porque a entidade revelou ainda que “qualquer clube ou jogador envolvido” numa “fechada Superliga europeia” criada por “alguns clubes” europeus “não seria autorizado a participar em competições organizadas pela FIFA ou pelas respetivas confederações”. Ou seja, por exemplo, na Liga dos Campeões, no Europeu, no Campeonato do Mundo ou no Mundial de Clubes.
Esta última prova foi destacada pela FIFA como sendo “a única prova global” reconhecida, além das “competições de clubes organizadas pelas confederações”. A FIFA reforçou ainda que “todas as provas devem ser organizadas e reconhecidas pela entidade relevante, no respetivo nível” – mas nunca escreve que recusa uma alegada Superliga europeia composta pelos clubes mais ricos e com maiores lucros anuais. Apenas que a rejeita se for organizada à revelia da UEFA.
O comunicado termina com a FIFA a exaltar “os princípios universais do mérito desportivo, da solidariedade, da promoção e da despromoção”, devido aos quais “o futebol tem uma longa e bem-sucedida história”. Por último, reforçou um outro: “a participação em competições globais e continentais deve sempre ser conseguida no campo”.