O presidente da Distrital de Braga do PSD, Paulo Cunha, defendeu hoje que “faz sentido” equacionar o adiamento das eleições autárquicas se o Governo não garantir o cumprimento do calendário do plano de vacinação.
Em declarações à Lusa, o também presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão sublinhou que “os indícios apontam para que o cronograma da vacinação não venha a ser cumprido”.
“Se o plano de vacinação não for cumprido, como parece que não vai, e se assim não se atingir a chamada imunidade de grupo em tempo útil, faz sentido equacionar o adiamento das eleições”, referiu.
De acordo com a lei eleitoral para os órgãos das autarquias locais, estas eleições são marcadas “por decreto do Governo com, pelo menos, 80 dias de antecedência” e realizam-se “entre os dias 22 de setembro e 14 de outubro do ano correspondente ao termo do mandato”.
Na terça-feira, o coordenador da “task force” para a vacinação, Henrique Gouveia e Melo, disse que Portugal deverá conseguir ter 70% da sua população vacinada até ao final de agosto e toda ainda este ano.
No entanto, Paulo Cunha mostra-se cético em relação à imunidade de grupo a tempo da campanha.
Sublinhou que as autárquicas são “muito diferentes” das presidenciais, por envolverem um número muito elevado de candidatos às câmaras, assembleias municipais e assembleias de freguesias, e por terem campanhas que “não se fazem nas televisões, mas sim porta a porta, com contacto direto com as populações”.
“Cumprir a democracia pode obrigar a adiar as eleições. Mas o que eu mais desejo é que elas possam ter lugar em finais de setembro. Se não for possível, que sejam no mais curto espaço de tempo possível. Quinze dias, um mês, três meses, isso já não sei, depende do cumprimento do plano de vacinação”, rematou.