Direitos televisivos serão fundamentais para equilibrar futebol em Portugal
A previsão está na centralização dos direitos televisivos, que o Governo aprovou para ter início só a partir da época 2028/29. “O dinheiro será distribuído de forma mais equitativa” e o clube, nessa altura, “vai ter mais capacidade financeira e de recrutamento e não vai ter tanta necessidade de vender os seus ativos”, explicou Carlos Carvalhal, em entrevista ao canal do Sporting de Braga.
Com a centralização dos direitos televisivos em 2028 e com a respetiva maior capacidade financeira, o Sporting de Braga terá “mais que condições para lutar pelo título” nacional de futebol, afirmou hoje o treinador Carlos Carvalhal.
Em entrevista à NEXT, televisão do clube, o técnico que conquistou no domingo a terceira Taça de Portugal da história dos bracarenses, batendo o Benfica por 2-0, assumiu “descodificar” as palavras do presidente, António Salvador, quando referiu que o Sporting de Braga será candidato ao título quando tiver 50 por cento das receitas dos ‘três grandes’ e 20 mil pessoas nos jogos em casa.
“Em 2028 haverá centralização dos direitos televisivos e o dinheiro será distribuído de forma mais equitativa. O Sporting de Braga, nessa altura, vai ter mais capacidade financeira e de recrutamento e não vai ter tanta necessidade de vender os seus ativos. Aí, quando vier a ‘massa’ e a capacidade de investimento, e se chegar lá num patamar ainda mais acima do que está hoje, o Sporting de Braga vai ter mais do que condições para lutar pelo título. Não tenho dúvidas absolutamente nenhumas”, afirmou.
Perspetivando a nova época, Carlos Carvalhal disse ter a expectativa de “fazer uma equipa equilibrada outra vez” porque, pela necessidade do “equilíbrio financeiro”, “vai haver saídas, há sempre, e entradas também”.
“A equipa perde os seus melhores jogadores, sem dúvida, adquire-se novos e, este ano [2021/22] vamos ter que fazer algum investimento, ao contrário do ano passado, se calhar 50 por cento da venda de um jogador vai permitir reforçar a equipa e fazer este crescimento sustentado”, disse.
O treinador corroborou ainda o apelo de ter mais adeptos a apoiar a equipa no Estádio Municipal de Braga.
“Acredito que vai haver um ‘boom’ de pessoas, de empresas que se vão ligar ao clube. Pode haver mais apoio institucional, das empresas, das pessoas, isso é possível, há margem de crescimento. Não é só a equipa que tem que crescer, também posso devolver as críticas, se temos que lutar pelo título, vamos trazer mais adeptos e mais empresas ao estádio, isto tem que encher e eu acredito que isso vai acontecer no Sporting de Braga”, disse.
Num balanço à temporada que terminou há poucos dias, o treinador considerou que “foi uma das mais completas épocas do Sporting de Braga em 100 anos de história”, destacando o percurso na Taça de Portugal, que conquistou, na Taça da Liga, da qual foi finalista, e na Liga Europa, ao passar a fase de grupos e ser eliminado por uma equipa que foi semifinalista, a Roma.
“No campeonato, conseguimos os mínimos, mas dentro destes, segundo a generalidade dos meus colegas treinadores e quase todos os críticos, praticámos o melhor futebol de Portugal, foi quase unânime. Ninguém jogou com a densidade que nós jogámos na Europa e as pessoas não fazem noção nenhuma do que isso é. Somando tudo, se não é a melhor época de sempre do Sporting de Braga, é uma das melhores no seu todo”, reforçou.