Estudantes da Secundária de Amares Manifestam-se Contra más Condições da Escola

Protesto exige obras urgentes em escola com mais de 40 anos, marcada por infiltrações, paredes danificadas e falta de equipamentos.

Os alunos da Escola Secundária de Amares vão voltar às ruas esta sexta-feira, às 08:00, para protestar contra as más condições das instalações do estabelecimento de ensino. O protesto, intitulado “Manifestação Por Uma Escola Melhor”, foi organizado pelos próprios estudantes, que pretendem chamar a atenção do Governo e da sociedade para os problemas que, segundo eles, estão a prejudicar gravemente o ensino na escola.

“Um dos maiores problemas é a falta de condições gerais: paredes e tetos frágeis e danificados, infiltrações que impedem aulas de educação física em dias de chuva, água com ferrugem, falta de computadores e dificuldades de conexão”, denunciam os organizadores em comunicado.

Os alunos já se manifestaram noutras ocasiões e, em outubro deste ano, divulgaram um vídeo alertando para a necessidade de obras urgentes, mas alegam que os problemas se arrastam há anos sem solução.

Para além das condições físicas precárias, os estudantes criticam os horários sobrecarregados e a falta de salas de aula, que frequentemente os obriga a ter aulas na biblioteca da escola. Segundo os alunos, a situação compromete a qualidade do ensino e contribui para o fracasso escolar.

Autarquia Apoia o Protesto

O presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira (PSD), reconhece os problemas e mostrou solidariedade com os estudantes:

“A escola está obsoleta, não tem condições para professores, alunos e funcionários. Chove lá dentro. É bom que os alunos façam barulho para denunciar esta situação.”

Manuel Moreira explicou que o projeto para as obras está concluído, mas aguarda a assinatura de um contrato com o Governo para lançar o concurso público. Segundo o autarca, a responsabilidade pela execução das obras foi assumida no âmbito da descentralização de competências.

“A autarquia vai assumir 7,5% do custo total, a DGESTE outros 7,5%, e os restantes 85% virão de financiamento externo. Conto assinar o contrato até ao final do ano e iniciar as obras antes do final do meu mandato, em 2025”, afirmou.

Situação à Espera de Resposta

Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Educação ainda não se pronunciou sobre o caso. Os estudantes, no entanto, esperam que o protesto impulsione ações concretas e rápidas para melhorar as condições da escola, que já ultrapassou as quatro décadas sem obras significativas.