Fernando Alexandre anuncia novo sistema de recolha de dados diretamente nas escolas para medir com rigor a falta de professores.
O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, reconheceu esta terça-feira que o Governo “não sabia que não sabia” o número exato de alunos sem aulas por falta de professores. A revelação surge na sequência de uma auditoria externa que apontou graves falhas nos dados fornecidos pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE).
“Agora sabemos que não sabíamos, mas vamos passar a saber”, afirmou o ministro, em declarações aos jornalistas no Parlamento, após reuniões com os partidos com assento parlamentar.
Segundo Fernando Alexandre, os números que vinham a ser usados “há anos pelo Ministério” não medem com precisão a dimensão do problema, razão pela qual será criado um novo sistema de informação que permita recolher dados de forma centralizada e tempestiva diretamente das escolas.
A auditoria, conduzida pela KPMG a pedido do próprio ministério, identificou lacunas e insuficiências nos dados atuais, comprometendo a solidez da informação relativamente ao número de alunos sem aulas nas disciplinas previstas nos anos letivos de 2023/2024 e 2024/2025.
Como solução, é recomendada a implementação de um sistema digital que permita a compilação automática de sumários eletrónicos, por forma a garantir a monitorização rigorosa e contínua da situação.
De acordo com o Ministério da Educação, o novo modelo será aplicado já no próximo ano letivo, permitindo desenhar políticas públicas mais eficazes no combate à falta de docentes, promovendo equidade no acesso à educação, melhores aprendizagens e maior sucesso escolar.