Este será o Ano Zero da Fórmula 1!!!

É das maiores revoluções na história da Fórmula 1. O novo regulamento técnico pretende tornar as corridas mais espetaculares e aumentar a emoção. O Mundial de 2022 arranca este fim de semana no Bahrain. Portugal (para já) fica de fora.

As equipas levaram ao extremo a letra do novo regulamento e apresentaram carros completamente diferentes. O trabalho de casa é bastante vistoso, falta saber o que valem em pista os novos monolugares, mas pelo que se viu nos testes de pré-época a diferença de andamento para os carros do ano passado é menor do que se esperava, e a margem para evoluir é enorme. É uma revolução de estilo sem precedentes com o objetivo de facilitar as ultrapassagens e proporcionar mais lutas roda com roda. Se as previsões não falharem (como falharam em outros regulamentos) as corridas deverão ser menos previsíveis e haverá mais pilotos e equipas a lutar pela vitória.

Os monolugares de 2022 destacam-se pela gigantesca asa dianteira, deflectores nas rodas da frente, elaborado aileron traseiro e enorme extrator posterior. A ideia dos responsáveis da FIA foi diminuir a influência das asas dianteira e traseira e aumentar a aderência através do efeito de solo. Na verdade, o aspeto mais importante do novo regulamento é o complexo fundo plano com dois túneis Venturi que geram o chamado efeito de solo– fenómeno aerodinâmico introduzido pela Lotus do genial Colin Chapman em 1977 – que deixa os carros literalmente os carros à pista. Quarenta anos depois de ter sido banido da Fórmula 1 por questões de segurança, o efeito de solo regressa para salvar a modalidade.

Segundo os responsáveis da FIA, o novo package aerodinâmico diminui a turbulência do ar que afeta o carro que vem atrás e permite aos pilotos andarem mais próximos uns dos outros e ultrapassar com mais facilidade. A título de exemplo, em 2021, o carro que seguia 10 metros atrás perdia 46 por cento apoio aerodinâmico, em 2022 perde apenas 18 por cento. Em teoria, estão reunidas as condições para termos uma temporada mais aberta e espetacular.

CAMPEÃO APROVA

No final dos testes de pré-época, Max Verstappen mostrou-se satisfeito. “Parece-me ser um pouco mais fácil andar atrás de outros carros. Não senti a estranha da perda de downforce e a condução fica mais sob controle”, referiu o campeão do Mundo.

Outra das grandes mudanças para 2022 são as jantes de maior dimensão (passam de 13 para 18 polegadas). “Os pneus são um pouco maiores e a visibilidade é diferente. Em circuitos tradicionais não é problema, mas em pistas citadinas vai ser mais complicado”, disse Verstappen. Os pneus Pirelli deste ano têm novas misturas e um perfil mais baixo, o que torna os carros mais rígidos e a condução mais trabalhosa. Além disso, resistem melhor ao sobreaquecimento, permitindo aos pilotos andar mais tempo no limite.

A segurança é aspeto fundamental na conceção dos novos monolugares. Para serem homologados, os chassis são submetidos a testes de colisão frontal e traseira bastante mais exigentes. 

No capítulo mecânico não há grandes alterações, os novos motores só aparecerão em 2025. As equipas continuam a usar o bloco V6 1.6 turbo-híbrido, e passa a ser utilizado combustível com 10 por cento de etanol, mais um passo para atingir o objetivo de ter combustível 100 por cento sustentável em 2030. 

A FIA impôs também um limite orçamental de 126 milhões de euros a cada equipa, com o objetivo de impedir que orçamentos faraónicos causem enormes desigualdades entre equipas.