Já era habitual a ‘procissão’ de portugueses, especialmente os que vivem próximos da fronteira com Espanha, a postos de combustíveis e lojas no país vizinho, para adquirir gasóleo, gasolina ou gás a preços mais baixos mas, agora, uma nova tendência verifica-se: já há quem atravesse a fronteira para ir comprar bens alimentares essenciais.

A mudança de comportamentos verifica-se desde o início do ano, altura em que Espanha aplicou a medida de eliminação do IVA em alimentos essenciais como pão, leite, queijos, ovos, farinhas, frutas ou verduras, tendo também reduzido este imposto de 9 para 4% no azeite e nas massas.

Assim, nos últimos dias tem-se verificado uma maior afluência de portugueses que atravessa a fronteira para Espanha, para irem abastecer o carro e também o carrinho das compras, para pouparem algum dinheiro, como relata a SIC Notícias.

A medida foi anunciada por Pedro Sánchez antes do final de 2022, com o objetivo de ajudar a mitigar os efeitos da inflação e do aumento do custo de vida para as famílias espanholas. Para os locais, a poupança num cabaz de 35 euros, sem frescos, chega a um euro e meio, mas para os portugueses a poupança é mais alta, até porque o IVA nos alimentos já era mais baixo em Espanha do que em Portugal.

Recorde-se que Fernando Medina afastou para já a aplicação desta medida em Portugal. “Avaliaremos sempre [a medida], não temos nenhum dogma”, afirmou, dizendo que a preocupação do Governo está na medida que será a “mais eficaz”.

A prioridade do Governo, segundo revelou o ministro das Finanças é garantir “que os rendimentos chegam mesmo às famílias”.

“Quando decidimos adotar medidas de apoio temos de escolher a forma mais eficaz de o fazer”, referiu o ministro das Finanças, assinalando que a posição do Governo tem sido a de que apoios diretos ao rendimento das famílias mais afetadas com a subida de preços “são mais benéficos” do que descidas do IVA, até por não ser possível garantir que esta não seja incorporada nos preços de venda ao consumidor.