Agressões aconteceram no parque de estacionamento do Cemitério de Monchique, conhecido por ser uma zona de ‘cruising’.
Um homem foi agredido com violência por dois indivíduos no parque de estacionamento junto ao Cemitério de Monchique, em Guimarães, “devido à sua orientação sexual”, revelou esta terça-feira o Movimento Guimarães LGBTQIA+ nas redes sociais.
De acordo com este movimento, o ataque aconteceu ao final da tarde da última terça-feira, dia 23 de maio e foi protagonizada por dois jovens, “na faixa etária dos 20 anos”, que “agrediram selvaticamente” o homem, “a soco e pontapé”, deixando-lhe o “rosto inchado e banhado a sangue”.
Conta ainda o movimento que a agressão teve lugar no “monte dos rotários”, mata contígua ao Cemitério de Monchique, conhecida por ser uma zona de ‘cruising’, ou seja, “procura de relações sexuais gratuitas, consensuais e anónimas em locais públicos, tais como matas, praias e parques de estacionamento”.
Apesar de uma testemunha ter visto os agressores a saírem da mata e ter tomado nota da matrícula do carro em que fugiram, tal como a marca, modelo e cor do mesmo, a vítima decidiu não apresentar queixa às autoridades ou participar o crime, por “medo ou receio de se expor”. O homem foi apenas ao hospital devido aos aos ferimentos “que aparentavam ser graves”.
Após colocar alguns avisos na internet sobre a ocorrência, o movimento recebeu denúncias de ameaças homofóbicas no mesmo local, provenientes de jovens com a mesma descrição, pelo que “parece haver um padrão, algo que indicia a probabilidade da existência de mais casos” de violência.
“Receamos que possa estar em curso uma escalada de crimes homofóbios. Assim, recordamos que o aumento de tais práticas se ligam diretamente ao aumento da intolerância na sociedade, ao discurso de ódio e à ausência da aceitação e da verdadeira inclusão”, lê-se na publicação do Guimarães LGBTQIA+ no Instagram.