O governo húngaro defendeu hoje que o pacto migratório da União Europeia (UE) está errado e funciona como um convite para os migrantes se deslocarem para o continente.
“Todos os regulamentos são maus e errados. É como um convite para entrar na Europa”, disse o ministro do Interior húngaro, Gergely Gulyás, acrescentando que o Governo do ultranacionalista Viktor Orbán se esforçará para que isso não aconteça.
Para Gulyás, a criação de “quota obrigatória de imigrantes” afetaria negativamente a Hungria, argumentando que a quantia de 20 mil euros que o país deve pagar por cada pessoa que se recusa a aceitar “é inaceitável”.
O pacto migratório da UE foi acordado há três semanas com o apoio da maioria dos países membros e apenas a Hungria e a Polónia votaram contra, pelo que, se mantiverem a sua posição, deverão pagar 20.000 euros a um fundo comunitário por cada pessoa que se recusarem a aceitar.
O Governo de Orbán — que tem tido posições restritivas sobre a imigração – também divulgou hoje uma breve mensagem na rede social Facebook denunciando que “a quota obrigatória de imigrantes é uma violação dos direitos humanos”.
“Bruxelas quer distribuir forçadamente os imigrantes entre os países”, defende o Governo de Orbán.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro húngaro defendeu que, em vez de quotas e deslocalizações, deveria ser reforçada a defesa das fronteiras externas da UE, como a húngara.
Em 2015, o Governo de Orbán ergueu cercas nas fronteiras do sul do país, para deter os refugiados e, segundo as suas estimativas, gastou mais de 1,8 mil milhões de euros na defesa das suas fronteiras, desde essa data.