Presidente do Chega manifesta descontentamento com viabilização de Governo PS pela Aliança Democrática
O presidente do Chega, André Ventura, expressou hoje duras críticas à Aliança Democrática (AD) por admitir a possibilidade de viabilizar um eventual governo minoritário do Partido Socialista (PS) com uma maioria de direita no parlamento. Ventura apontou um “sentimento de revolta” entre PSD, CDS e IL devido a esta posição da AD, afirmando que esta postura motivou uma grande insatisfação em muitos membros desses partidos.
Numa conferência de imprensa em Lisboa, André Ventura considerou compreensível a aproximação de elementos desiludidos do PSD, CDS e IL ao Chega, destacando a presença de figuras proeminentes, como o ex-social-democrata Maló de Abreu, nas listas do Chega para as eleições legislativas de 10 de março. Ventura criticou a postura da AD de se mostrar disposta a viabilizar um governo do PS, mesmo havendo uma maioria de direita no parlamento.
O líder do Chega salientou a desilusão de membros de outros partidos de direita, acusando a AD de criar um “clima de permanente anuência ao PS” e lamentando a ausência de um convite a Passos Coelho para a convenção da AD. Ventura rejeitou categoricamente a viabilização de um governo minoritário socialista e criticou a direita por perder tempo com “ajustes de contas” e “linhas vermelhas”.
O presidente do Chega utilizou a recente polémica em torno da TAP para destacar a diferença de postura entre partidos de esquerda e de direita. Comprometendo-se a manter a imagem e o ADN do Chega, Ventura afirmou estar pronto para acolher todos os que queiram criar uma verdadeira alternativa ao PS. A mensagem da AD sobre a viabilização de um governo do PS multiplicou os contactos de elementos desses partidos interessados em aproximar-se do Chega, assegurou Ventura.
No seu discurso, André Ventura enfatizou que o Chega não cederá na sua posição e reiterou o compromisso de fechar as listas do partido na próxima semana. Finalizando, criticou a AD por comprometer a credibilidade do PSD ao admitir viabilizar um governo do PS, e destacou que o Chega e a IL surgiram devido à incapacidade do PSD em cumprir o seu papel.