A SIBS vai vender 20% da Via Verde, apurou o Jornal Económico. O negócio foi, entretanto, confirmado em comunicado conjunto enviado pela Brisa.

A Brisa e a SIBS “informam que acordaram a reconfiguração da parceria que as une na Via Verde Portugal (VVP), desde a sua constituição no ano 2000, para gerir e desenvolver o sistema eletrónico de pagamentos de serviços de mobilidade”, lê-se no comunicado, divulgado esta quarta-feira.

O negócio será feito com os atuais acionistas, segundo fontes do sector financeiro.

A Via Verde Portugal é detida em 60% pela Brisa, 20% pela SIBS — Sociedade Interbancária de Serviços e em 20% pela Ascendi. No entanto, deverá ser a Brisa a comprar os 20% da SIBS (fundadora da Via Verde) reforçando a atual posição de 60%.

No comunicado, é dito que a SIBS vende à Brisa a posição acionista que detém no capital da Via Verde. “A concretização do acordo, com a compra e venda efetiva das ações, e designadamente a definição final da nova estrutura acionista da VVP, encontra-se sujeita ao cumprimento das regras e formalidades estatutárias que conferem à Ascendi, terceiro acionista da VVP – um direito de partilha das ações a transmitir, na proporção atual da sua participação”, referem as empresas.

O valor do negócio não foi avançado.

O montante do investimento na Via Verde, segundo o relatório e contas da SIBS, era no fim de 2019 de 1,26 milhões de euros.

“Esta nova etapa na relação entre a Brisa e a SIBS concretiza-se através de dois eixos estratégicos: a aquisição pela Brisa da posição da SIBS na VVP e o reforço da parceria tecnológica de longo prazo entre a SIBS e a VVP”, por um lado. Por outro, “a SIBS irá consolidar a sua parceria tecnológica com a VVP, como parceiro para a inovação no domínio dos pagamentos eletrónicos, com o foco na geração de novos serviços de mobilidade inovadores em benefício dos quase três milhões de clientes Via Verde”, anuncia o comunicado.

A SIBS é acionista originária da Via Verde, “prestando, desde a data da sua constituição, os serviços necessários ao funcionamento da atividade comercial da VVP, para cobrança dos valores devidos em função da utilização de infraestruturas rodoviárias. Serviços estes que, aliás, a SIBS já prestava à Brisa, desde 1991. Para esta oferta a SIBS desenvolveu um conjunto de funcionalidades na Rede Multibanco que permitem a operação de um sistema único de transferência eletrónica de fundos, que tem sido essencial para o sucesso da VVP em termos de alcance, inovação e usabilidade”, adiantam as empresas.

No comunicado, António Pires de Lima, CEO da Brisa, diz que “aprovado o Plano Estratégico “Vision 25” da Brisa, estamos, com este passo, a criar as melhores condições para a sua execução no que diz respeito à Via Verde”.

“As parcerias mais fortes e mais criativas são aquelas que têm a capacidade de se desafiar e de se transformar. Temos as maiores expectativas em relação a esta nova etapa na parceria que une a Brisa e a SIBS no projeto Via Verde. E acreditamos na oportunidade que estamos a criar para continuar a fazer crescer a Via Verde e a entregar sempre melhores serviços de mobilidade aos seus clientes”, adianta António Pires de Lima.

Já Segundo Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS, “A SIBS fundou a Via Verde, dando início a este serviço de mobilidade pioneiro e reconhecido internacionalmente. Nesta fase, e seguindo a atual estratégia da empresa, como um dos principais processadores de pagamentos na Europa, a SIBS considera que é o momento certo para alienar a sua participação na empresa, mantendo uma relação de proximidade e empenho na continuação e crescimento deste caso de sucesso português, e continuando a apostar no desenvolvimento de serviços que melhorem a vida dos portugueses.”

A SIBS, detida pelos bancos, é a empresa responsável pela gestão das Redes ATM Express e Multibanco nos seus múltiplos canais – desde os Caixas Automáticos e Terminais de Pagamento Automático, aos meios online ou telemóveis. Para além de ser dona do MB Way.

Na rubrica “Investimentos em associadas” a SIBS tem, para além da participação de 20% na Via Verde, 40% da Multicert.

A SIBS é detida em mais de 10% pelos bancos BCP, CGD, Santander e BPI.