Eurorregião defende simplificação da vida de milhares de profissionais que cruzam fronteiras diariamente
A Eurorregião Galiza – Norte de Portugal voltou a sublinhar a importância de criar um estatuto específico para os trabalhadores transfronteiriços, uma questão considerada crucial para os cerca de 15 mil profissionais que diariamente cruzam a fronteira entre os dois países. Durante o XIII Plenário da Comunidade de Trabalho Galiza – Norte de Portugal, realizado em Matosinhos, António Cunha, presidente cessante da Comunidade e líder da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), apelou à criação de uma estrutura legal que facilite o dia-a-dia destes trabalhadores, particularmente nas áreas de segurança social, saúde e educação.
A proposta, que já tinha sido reconhecida como prioritária na Cimeira Ibérica de 2021, tem enfrentado desafios na sua implementação, nomeadamente pela falta de interesse nas capitais, Lisboa e Madrid, e pela complexidade legislativa envolvida. Contudo, a sua aprovação poderia simplificar a vida de milhares de famílias, permitindo, entre outros, o reconhecimento de qualificações e a escolha do sistema de ensino para os filhos.
Alfonso Rueda Valenzuela, presidente da Junta da Galiza e novo líder da Comunidade de Trabalho, reforçou a importância deste passo como exemplo de cooperação entre os dois países. A expectativa agora recai sobre a Cimeira Ibérica de 2024, a realizar em Faro, onde o estatuto poderá finalmente avançar para a prática, após anos de promessas adiadas.