João Rodrigues critica providência cautelar do PS/PAN ao BRT: “Irresponsabilidade de todo o tamanho”

Candidato da coligação Juntos por Braga alerta que suspensão do projeto pode fazer perder 75 milhões de euros do PRR

O candidato da coligação Juntos por Braga (PSD/CDS-PPM) à Câmara Municipal de Braga, João Rodrigues, classificou como “uma irresponsabilidade de todo o tamanho” a providência cautelar anunciada por António Braga, cabeça de lista da coligação PS/PAN, que pretende travar a execução do projeto do BRT (Bus Rapid Transit, conhecido como metrobus).

Em comunicado, João Rodrigues sublinhou que a iniciativa judicial coloca em risco o financiamento comunitário de 75 milhões de euros assegurado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que exige a conclusão integral da obra até junho de 2026.

“Ou seja, estes 75 milhões de euros só virão para Braga se o projeto estiver concluído nessa data. Não é possível aplicá-los noutra solução. São regras da União Europeia e do contrato assinado entre a Câmara e o Governo. Dizer o contrário é mentir”, afirmou o candidato e atual vereador.

Recorda apoio político inicial

Rodrigues lembrou ainda que o projeto do BRT foi anunciado em 2023 “numa cerimónia presidida pelo então primeiro-ministro socialista António Costa” e que, desde então, “todos os partidos com assento na Câmara e na Assembleia Municipal de Braga votaram favoravelmente e apoiaram o projeto”.

O social-democrata acusou a providência cautelar de servir apenas para “dar palco a uma candidatura que já nasceu esgotada”. E acrescentou:

“O tempo das adjudicações irresponsáveis, das obras faraónicas, das piscinas olímpicas abandonadas e da tentativa de destruição das Sete Fontes já passou. Braga é hoje a cidade mais jovem do país, o terceiro concelho mais exportador e um território equilibrado e ambicioso. Não podemos voltar atrás com disparates deste tamanho, verdadeiros atos de ilusionismo político.”

Linha Vermelha já adjudicada

Na quinta-feira, a Transportes Urbanos de Braga (TUB) anunciou a adjudicação da conceção e execução da primeira linha do BRT, no valor de 32,6 milhões de euros. O contrato foi assinado esta sexta-feira.

Trata-se da Linha Vermelha, que vai ligar a estação ferroviária ao Hospital de Braga, passando pela Universidade do Minho. O percurso incluirá 12 estações, com plena integração na rede dos TUB e bilhética comum. Cada viagem terá uma duração estimada de 17 minutos.

O investimento total desta primeira fase, incluindo veículos, ascende a 75,5 milhões de euros, integralmente financiados pelo PRR, com prazo de execução até 30 de junho de 2026. O plano prevê ainda mais três linhas de metrobus, embora sem calendário definido.

Contexto eleitoral

A candidatura de António Braga (PS/PAN) sempre se manifestou contra a solução BRT, tendo agora recorrido aos tribunais para tentar suspender a obra.

Entre os dez candidatos à autarquia, apenas João Rodrigues, da coligação Juntos por Braga, defende incondicionalmente o projeto. A Câmara Municipal de Braga é atualmente composta por seis eleitos da coligação Juntos por Braga, quatro do PS e um da CDU.

Concorrem à liderança da autarquia João Rodrigues (Juntos por Braga – PSD/CDS-PPM), António Braga (Somos Braga – PS/PAN), Filipe Aguiar (Chega), Rui Rocha (Iniciativa Liberal), Ricardo Silva (movimento independente Amar e Servir Braga), João Baptista (CDU), António Lima (Bloco de Esquerda), Carlos Fragoso (Livre), Francisco Pimentel Torres (ADN) e Hugo Varanda (MPT).

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