Candidato da Iniciativa Liberal recusa providências cautelares e critica PS e PSD por bloquearem processo às vésperas das eleições
O candidato da Iniciativa Liberal (IL) à Câmara Municipal de Braga, Rui Rocha, afirmou esta sexta-feira que o projeto do BRT (Bus Rapid Transit, conhecido como metrobus) “não é a solução ideal” para os problemas de mobilidade da cidade. Ainda assim, defende que a sua execução deve avançar, rejeitando a via judicial como forma de travar a iniciativa.
Em declarações à agência Lusa, no âmbito da campanha para as eleições autárquicas de 12 de outubro, Rui Rocha criticou a providência cautelar anunciada pelo candidato da coligação PS/PAN, António Braga, que visa suspender a implementação do BRT.
“Quando vemos uma coligação [PSD/CDS-PP/PPM] aprovar em vésperas de eleições, com claro eleitoralismo, aquilo que não conseguiu concretizar durante o mandato, e depois vemos o PS a tentar bloquear, percebemos que nem PSD nem PS estão a defender os interesses dos bracarenses. O resultado é um bloqueio político que não beneficia em nada a cidade”, acusou o antigo líder da IL.
“Não resolve, mas é melhor do que nada”
Para Rui Rocha, o BRT deve ser visto como uma solução transitória, embora longe de ser suficiente. “Não vai resolver os problemas de mobilidade em Braga. Mas também não faz sentido voltar atrás e desperdiçar um investimento já assegurado. Entre não ter nada e ter uma solução que resolve apenas parcialmente, preferimos avançar”, defendeu.
O candidato da IL entende que o projeto deve ser encarado “como uma etapa de evolução” para uma solução mais ambiciosa, como “um metro de superfície”, que considera ser a resposta adequada às necessidades da cidade.
“A opção não é definitiva, nem é a que vai transformar o trânsito em Braga. Mas também não é pela via judicial que isto se resolve. É uma questão política, que deve ser debatida e decidida politicamente. O caminho não é paralisar o BRT, mas discutir alternativas para o futuro”, sublinhou.
Contestação de outros candidatos
A providência cautelar anunciada por António Braga surgiu no mesmo dia em que a Transportes Urbanos de Braga (TUB) formalizou a assinatura do contrato para a conceção e construção da Linha Vermelha do BRT.
O candidato do PS/PAN argumenta que o atual executivo, liderado pela coligação Juntos por Braga (PSD/CDS-PP/PPM), não tem legitimidade política para assumir uma decisão desta dimensão a poucos dias das eleições. Defende ainda que os cerca de 75 milhões de euros financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) poderiam ser desviados para programas de habitação pública a custos controlados.
Disputa eleitoral
A Câmara de Braga é atualmente composta por seis vereadores da coligação Juntos por Braga, quatro do PS e um da CDU.
Na corrida autárquica de 2025, concorrem João Rodrigues (Juntos por Braga – PSD/CDS-PP/PPM), António Braga (Somos Braga – PS/PAN), Filipe Aguiar (Chega), Rui Rocha (Iniciativa Liberal), Ricardo Silva (movimento independente Amar e Servir Braga), João Baptista (CDU), António Lima (Bloco de Esquerda), Carlos Fragoso (Livre), Francisco Pimentel Torres (ADN) e Hugo Varanda (MPT).