Ministro revela que há mil horários nas escolas sem professores atribuídos

Fernando Alexandre garante que a maioria dos alunos continua a ter aulas, apesar da falta de docentes, graças às horas extraordinárias dos professores no ativo.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, revelou esta quarta-feira que ainda existem cerca de mil horários por preencher nas escolas portuguesas, embora sublinhe que isso não significa que os alunos estejam sem aulas.

“Na semana passada tínhamos cerca de mil horários por preencher, mas nem todos são horários completos”, afirmou o ministro, à margem da 4.ª edição da Conferência Teaming Club, que reúne os Centros de Excelência do programa europeu “Teaming for Excellence”.

Um horário completo corresponde a 35 horas semanais, incluindo componente letiva e não letiva. No entanto, apenas metade dos horários em falta são completos. Os restantes, com poucas horas, são “mais difíceis de preencher”, explicou Fernando Alexandre, reconhecendo que é complicado contratar alguém para trabalhar tão poucas horas.

Ainda assim, o governante garantiu que a situação não está a deixar alunos sem aulas, já que as horas extraordinárias dos docentes permitem colmatar muitos desses horários.

“O facto de termos falta de professores não quer dizer que tenhamos alunos sem aulas”, reforçou o ministro, criticando a Fenprof por, segundo ele, insistir em associar a carência de docentes à ausência de aulas.

A falta de professores é um problema que se tem agravado nos últimos anos, em grande parte devido ao envelhecimento da classe docente, que se vai aposentando sem ser substituída ao mesmo ritmo, provocando lacunas cada vez mais sentidas nas escolas de todo o país.