Susana Gravato, vereadora do PSD e advogada, foi encontrada morta em casa pelo marido. O filho é o principal suspeito e será presente a interrogatório judicial em Aveiro.
O filho de 14 anos da vereadora da Câmara Municipal de Vagos, Susana Gravato, é o principal suspeito da morte da mãe, ocorrida na tarde de terça-feira, na residência da família, situada na Rua Parque de Campismo, na Gafanha da Vagueira. Segundo a Polícia Judiciária (PJ), o menor utilizou a arma de fogo do pai para cometer o crime.
O corpo da autarca, de 49 anos, apresentava graves ferimentos na cabeça e encontrava-se tapado dos pés à cabeça com uma manta. Foi o marido quem a encontrou, já em paragem cardiorrespiratória, tendo de imediato contactado o 112 e iniciado manobras de reanimação.
O momento do crime
De acordo com informações recolhidas, Susana Gravato estava ao telefone com uma amiga, funcionária da autarquia, quando, de repente, exclamou “ai” e a chamada ficou em silêncio. A amiga tentou voltar a ligar, sem sucesso, e acabou por contactar o marido, que se deslocou de imediato à habitação.
Ao chegar, encontrou a mulher caída no sofá, coberta com uma manta e ensanguentada. Apesar das tentativas de reanimação, os bombeiros e a equipa médica de emergência confirmaram o óbito no local.
O cenário de grande violência levou à intervenção imediata da Polícia Judiciária de Aveiro, que isolou a residência e iniciou diligências de investigação.
Confirmação da PJ
Num comunicado enviado à agência Lusa, a PJ confirmou que “recaem fortes indícios da prática de um crime de homicídio qualificado sobre o filho menor da vítima”. As autoridades adiantam que a arma do crime foi recuperada e que “pertence ao pai do jovem”.
O menor foi identificado e detido, devendo ser presente a primeiro interrogatório judicial na Comarca de Aveiro durante o dia de hoje.
Susana Gravato: uma vida dedicada à comunidade
Susana Gravato residia na Vagueira desde a infância e era licenciada em Direito, exercendo advocacia desde 2005. Militante do PSD desde 1994, foi também membro da JSD e da Assembleia Municipal de Vagos entre 2009 e 2013, eleita pelo movimento Vagos Primeiro.
Atualmente, desempenhava as funções de vereadora da Câmara de Vagos, com os pelouros da Administração Geral, Ambiente, Proteção e Saúde Animal, Justiça, Coesão Social e Maioridade. Era conhecida na comunidade pela sua dedicação à causa pública e pela proximidade com os cidadãos.
O marido, empresário e dirigente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vagos, tem recebido o apoio de familiares e colegas, profundamente abalados pela tragédia.
Investigação prossegue
Apesar de, numa fase inicial, ter sido equacionada a hipótese de assalto, a investigação veio a confirmar a suspeita de homicídio praticado pelo filho da vítima. A arma de fogo apreendida, pertencente ao pai, e outros indícios recolhidos no local sustentam esta linha de investigação.
A PJ de Aveiro continua a recolher provas e a ouvir testemunhas, no âmbito de um caso que chocou profundamente a comunidade de Vagos e lançou um manto de consternação sobre o concelho.