Produtos alimentares de venda proibida e peças de roupa foram abandonados em S. Vicente de Oleiros, Guimarães. “É uma vergonha”, diz o proprietário do terreno
“Massas, conservas, peças de vestuário, calçado, sacos de senhora, cintos. Artigos com etiqueta que nunca foram usados”. Estes foram alguns dos produtos encontrados por Custódio Castro Silva no seu terreno em São Vicente de Oleiros, Guimarães. Uma situação que o proprietário denunciou esta quarta-feira no Facebook.
Ao DN, Custódio Castro Silva explica que não vai com regularidade ao terreno em causa. Fê-lo no passado sábado. “Quando cheguei deparei-me com aquela situação, que é uma falta de respeito por mim, pela natureza. E o mais grave são os produtos alimentares que são referenciados como venda proibida, que terão sido doados pela comunidade europeia, sabendo que há muitas pessoas em situação de pobreza, com necessidades”, lamenta. “Isso foi o que me chocou mais”, refere.
Fiquei revoltado quando vi os bens de venda proibida que são doados a instituições
Custódio Castro Silva adianta que viu “uma quantidade de meias, sapatos para crianças, cintos” e produtos que ainda tinham a etiqueta. No terreno estão ainda sacos por abrir, conta.
“É uma vergonha”, qualifica o proprietário.
“O que eu senti foi uma tremenda revolta. Uma falta de respeito por despejarem lixo, que não o é, num terreno privado, uma falta de civismo. Fiquei revoltado quando vi os bens de venda proibida que são doados a instituições”, recorda.
Refere que denunciou o caso e que a GNR já tem conhecimento da situação. Também a União de Freguesias de Oleiros, Leitões e Figueiredo sabe o que foi encontrado no terreno.
Custódio Castro Silva gostava de saber quem foram os responsáveis e que, depois, fossem responsabilizados pelo que fizeram. “Isto causa mau estar às pessoas, que ficam sem vontade de dar bens”.
Caso denunciado às autoridades há um mês
Custódio Castro Silva deparou-se com os produtos e os sacos espalhados no terreno no passado fim de semana, mas a “situação tem cerca de um mês”, como conta ao DN Claudino Campos, secretário da União de Freguesias de Oleiros, Leitões e Figueiredo.
Na altura, João Sousa, “um dos proprietários do monte”, uma “zona isolada” da freguesia, comunicou a situação às autoridades. “Fomos lá e verificamos que estavam muitos sacos no terreno”, lembra Claudino Campo.
O secretário da União de Freguesias conta que no meio do ‘lixo’ foi encontrado um papel correspondente a uma fatura, que tinha o nome de uma pessoa. Juntaram os pedaços, tiraram uma fotografia à fatura e Claudino Campo afirma que o documento foi entregue às autoridades. “O senhor João Sousa também apresentou queixa”, refere.
“É reprovável que estas coisas aconteçam”, lamenta.
Os produtos alimentares e as peças de roupa mantêm-se no terreno e ainda não se sabe quem despejou os bens doados naquela zona isolada da freguesia. “Aquilo que a GNR me informou é que depois dizia alguma coisa”.