Campanha com a hashtag “sê um homem”, destinada a influenciar os homens a taparem as mulheres e filhas na praia, gerou indignação em Marrocos. Mulheres ativistas responderam e há uma petição destinada ao governo marroquino.

És responsável por aquilo que a tua mulher e a tua filha vestem. Por isso, não sejas um dayooth [palavra em árabe que significa um homem que permite que as mulheres tenham relações sexuais consideradas ilícitas]”. Este é o slogan de uma campanha destinada aos homens marroquinos, para os incentivar a proibir as mulheres e filhas de vestirem biquínis ou fatos de banho na praia.

A campanha, acompanhada por uma hashtag que se tornou famosa nas redes sociais, “sê um homem”, começou no passado dia 9 de julho e gerou enorme indignação junto de grupos de ativistas marroquinas, que denunciam uma campanha sexista e machista.

Bouchra Abdou disse ao Morocco World News, o jornal online marroquino que divulgou a história, que a campanha “sê um homem” é uma violação dos direitos das mulheres.

A hashtag, disse Abdou, “engana no significado de masculinidade porque é baseado no poder, na jurisdição absoluta e no controlo sobre o destino dos outros numa altura em que temos a necessidade de reavaliar o verdadeiro significado da masculinidade”.

“Quem quer ser um homem a sério, não deve assediar raparigas que têm a idade das suas filhas. Quem quer ser um verdadeiro homem deve é passar tempo com a sua mulher e com as suas filhas. Quem quer ser um verdadeiro homem não deve violar crianças, sejam meninos ou meninas”, atirou a ativista

Em resposta à campanha machista que se propagou nas redes sociais, milhares de marroquinas decidiram publicar fotografias suas na praia, acompanhadas de hasthags como “sê uma mulher” ou “sê uma mulher livre e veste aquilo que quiseres”