Uma nova investigação descobriu que responder a e-mails de trabalho fora de horas é um hábito que pode ter um impacto negativo na saúde mental e nas relações amorosas e familiares.
De acordo com os resultados, apurados por um grupo de pesquisa da Virginia Tech University, os indivíduos que sentem necessidade de monitorizar e-mails profissionais fora do horário normal de trabalho revelam níveis mais elevados de ansiedade e mais reduzidos de bem-estar.
A investigação analisou as expectativas e satisfação relativas às relações em mais de 140 indivíduos com horários de trabalho a tempo inteiro e respetivos companheiros(as).
“As exigências da vida pessoal e profissional representam um dilema para os trabalhadores, o que despoleta sentimentos de ansiedade e põe em perigo a vida pessoal e profissional”, explica William Becker, coautor do estudo.
A raiz do problema
De acordo com os dados revelados, não foi somente o tempo passado online o elemento problemático – na verdade, o stress é um resultado da necessidade de estar ‘sempre disponível’.
Adicionalmente, os parceiros(as) deste tipo de trabalhador também apresentaram um decréscimo nos níveis de bem-estar, saúde e satisfação com a relação, o que sugere que este tipo de comportamento tem um efeito dominó.
“A nossa pesquisa revela que as ‘políticas de trabalho com limites flexíveis’, muitas vezes, acabam por tornar-se em ‘trabalho sem limites’, comprometendo a saúde e bem-estar dos funcionários e familiares”, continua Becker.
A solução
Liuba Belkin, coautora do estudo, diz que a solução para este tipo de problema está do lado das organizações. É preciso, diz, mudar a forma como estas interpretam as expectativas relativas ao uso de tecnologia.
“As organizações poderiam criar, por exemplo, horários de e-mails e limitar o uso de comunicações eletrónicas fora dessas janelas temporais”, explicou a especialista à TIME. “A ideia é criar limites para os funcionários”.
Para minimizar os efeitos deste tipo de estímulo, os especialistas recomendam ainda a prática de meditação.