Os municípios de Guimarães e de Braga obtiveram ‘luz verde’ para avançarem com o Programa Intermunicipal de Salvaguarda da Paisagem dos Sacro Montes. As duas Autarquias tinham manifestado junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e da Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, a intenção de elaborar, em conjunto, um instrumento de gestão territorial dos Sacro Montes, cuja aprovação e abertura de procedimento foi já publicado em Diário da República de 14 de Dezembro.
A CCDR-N já havia emitido um parecer favorável à elaboração do referido programa intermunicipal “reconhecendo a sua importância para a região Norte de Portugal, como iniciativa única e inédita e salientando o propósito de preservação e salvaguarda de um território singular”. Assim, estão reunidas as condições necessárias para remeter às respetivas reuniões de câmara dos municípios de Braga e Guimarães a abertura do procedimento.
O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, realça que este programa “permitirá aos dois municípios apresentem candidaturas aos fundos europeus para a reabilitação do ponto de vista ambiental e a preservação dos equipamentos culturais existentes”.
“Braga e Guimarães são duas Cidades que partilham elementos de elevado valor patrimonial e que se fundem numa só paisagem. A aprovação deste projeto é um passo decisivo para potenciar os nossos Sacro Montes a vários níveis, nomeadamente do ponto de vista ambiental, patrimonial, histórico, económico e turístico”, salienta Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga.
Este é um projeto pioneiro a nível nacional que abarca um território pontuado por um conjunto de símbolos identitários, tais como, o Santuário do Bom Jesus do Monte, o Santuário do Sameiro, a Capela de Santa Maria Madalena, a Capela de Santa Marta do Leão e os povoados castrejos pré-históricos de Santa Maria das Cortiças, Briteiros e Sabroso, que compreende uma área de 2500 hectares. Este conjunto patrimonial insere-se numa paisagem única, caracterizada por montes e promontórios, envolvidos e integrados num ecossistema florestal, criando uma paisagem cultural humanizada construída ao longo dos tempos.
Este Programa Intermunicipal apresenta objetivos definidos como a proteção de bens patrimoniais incluindo a proteção e valorização da área florestal que envolve os espaços sagrados ou sacralizados através de uma estratégia de defesa contra incêndios e a segurança de pessoas e bens; valorização, reabilitação, restauro e promoção do património construído e natural; definição de mecanismos de operacionalização do Programa, através da determinação de ações para a gestão ativa e valorização da paisagem florestal e a aprovação de modo integrado de toda a área e de todos os recursos, como conjunto de elevado valor patrimonial e turístico.