Conforme prometido, a Comissão Europeia desvendou em Bruxelas, na Bélgica, a primeira fotografia alguma vez captada de um buraco negro, com a revelação a ter sido feita pelo próprio comissário para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas.
Moedas começou por remeter a descoberta para Albert Einstein e à forma como o trabalho do conhecido teórico inspirou a equipa da colaboração internacional Event Horizon Telescope.
Como foi referido na apresentação, até aqui as imagens de buracos negros eram apenas animações, representações ou ilustrações, com a fotografia acima a ser, de facto, real. O buraco negro em questão é capaz de deformar luz, formando um “anel de fogo” que os representantes da Event Horizon Telescope descrevem como “olhar para a entrada do Inferno, o fim do Tempo e do Espaço”.
A equipa da Event Horizon Telescope acredita que o buraco negro captado tem um diâmetro de mil milhões de quilómetros e tem uma força gravitacional 6.5 mil milhões de vezes mais forte que a do nosso Sol. O buraco negro fica situado na galáxia Messier 87 perto da constelação Virgem, a uma distância de 55 milhões de anos-luz da Terra.
Para conseguir captar esta imagem foi necessário que coordenar equipas de oito telescópios diferentes espalhados pelo mundo – dos vulcões do Hawaii, passando pela Sierra Nevada em Espanha até à Antártida – numa “colaboração verdadeiramente global” do qual fizeram parte mais de 200 mil investigadores.
“Assim que tivemos a certeza que havíamos captado a sombra, fomos capazes de comparar as nossas observações a modelos computacionais que incluem físicas de Espaço distorcido, matéria superaquecida e fortes campos magnéticos. Muitas das características da imagem observada correspondem surpreendentemente bem à nossa compreensão teórica. Isto torna-nos mais confiantes a respeito da interpretação das nossas observações, incluindo a estimativa da massa do buraco negro”, apontou um dos membros do Event Horizon Telescope, Paul T.PH. Ho.
Mais do que um ponto de chegada, a equipa do Event Horizon Telescope tem confiança que esta é “uma imagem para o dia de amanhã”.