Taxa de desemprego subiu para 6,8% no primeiro trimestre do ano. Há mais desempregados do que no trimestre anterior, mas menos desempregados do que período homólogo. Desemprego jovem desceu mais de 17%
No primeiro trimestre de 2019, a taxa de desemprego foi 6,8%, acaba de divulgar o Instituto Nacional de Estatística, registando uma subida de 0,1 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior, mas também uma descida de 1,1 pontos percentuais face ao período homólogo, o primeiro trimestre de 2018. A subida trimestral acontece pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2016.
A última vez que a taxa tinha subido, face ao trimestre anterior, foi nos primeiros três meses de 2016.
Não é por acaso que essa evolução aconteceu também nos primeiros três meses de um ano. Este é um período onde a sazonalidade joga contra a evolução do mercado de trabalho. Até por ser a época de menor atividade em sectores como o turismo, ou a agricultura, que têm grande relevância no emprego.
Recorde-se que os dados trimestrais do INE, ao contrário do que acontece com os valores mensais, não são ajustados em relação à sazonalidade.
Contudo, em termos homólogos, ou seja, por comparação com o mesmo período do ano passado, verificou-se uma redução do desemprego em Portugal. Há um ano, a taxa estava nos 7,9%.
Certo é que este valor para a taxa de desemprego no primeiro trimestre é superior ao antecipado pelos economistas ouvidos pelo Expresso no início desta semana. A média dessas estimativas apontava para 6,5%, o que seria o nível de desemprego mais baixo em quase 15 anos. Mas, acabou por não se confirmar.
Segundo o INE, o número de desempregados em Portugal ficou nos 353,6 mil, aumentando 1,3% (4,5 mil pessoas) em relação aos últimos três meses de 2018.
Já em termos homólogos, a população desempregada diminuiu 13,8% (menos 56,5 mil pessoas), prosseguindo a trajetória de decréscimos observados desde o terceiro trimestre de 2013.
Quanto à população empregada, situou-se em 4,8802 milhões de pessoas, diminuindo 0,1% (menos 2,8 mil pessoas) em cadeia, ou seja, em relação aos últmos três meses de 2018. O INE aponta, contudo, que este número “representa um decréscimo inferior ao observado no trimestre anterior” no que toca à variação em cadeia.
Comparando com o mesmo período do ano passado, a população empregada aumentou 1,5% no primeiro trimestre de 2019 (mais 73,5 mil pessoas), “prolongando a série de variações homólogas positivas iniciada no quarto trimestre de 2013, mas em desaceleração desde o primeiro trimestre de 2018”, escreve o INE.
Tudo somado, os resultados do Inquérito ao Emprego indicam que a população ativa atingiu as 5,2339 mil pessoas, aumentando tanto em relação ao trimestre anterior, como em relação ao mesmo período do ano passado. Em cadeia o aumento foi de 1,8 mil pessoas (variação percentual quase nula). Em termos homólogos, ascendeu a 17,1 mil pessoas (mais 0,3%)
Este é um indicador importante para os especialistas, há que traduz o universo de pessoas no mercado de trabalho, estejam empregadas ou desempregadas.