A chegada ao ‘Canisa’, em plena estrada nacional, em Frossos, Braga está sinalizada por uma placa escrita e pintada à mão. O grande portão ‘esconde’ um verdadeiro paraíso para os cães que a ‘Abandoned Pets’ tem a seu cargo. Os 22 animais resgatados das ruas de Braga estão a viver num hotel, junto com outros cães que ali passam férias, em espaços para todos os gostos e feitios.

Há quem tenha relva e árvores. Há quem tenha pequenas casotas. E há quem viva em simples terrenos limitados com as melhores condições. “Os que vivem nestes espaços estão normalmente a passar por processos de socialização ou têm qualquer problema que precisa, primeiro, ser resolvido”.

É Eduarda Palmeira, presidente da Associação, que faz uma visita guiada. Os cães manifestam-se quando sentem a sua presença. “Dois vieram de caçadores com alegados problemas mas conseguimos recuperá-los; há outros que resgatamos da matilha do Bom Jesus e outros errantes que o CROB nos pede para ficar a tomar conta deles”.

Padrinhos

Os animais ficam no hotel a preços reduzidos à espera de um dono. A associação vive com a ajuda de padrinhos que vão dando uma contribuição por mês. “São pessoas que nos contactam através das redes sociais dizendo que querem ajudar e depois contribuem com o que quiserem por mês”.

Outros escolhem o cão que querem afilhar e vão sendo informados como estão a correr as coisas. “Quantas mais adoções fizermos melhor. Assim mais animais tiramos das ruas”. Os padrinhos são convidados a visitar os cães “mas a esmagadora maioria prefere não fazê-lo para não se afeiçoar”. Os animais passam todos por um processo de esterilização.

Nesta altura, a ‘Abandoned Pets’ tem 25 voluntários e nasceu da vontade de grupo de amigos, amantes de animais, que tinha por hábito resgatá-los das ruas e entregá-los no canil, agora Centro de Recolha Oficial de Braga (CROB). Mas as limitações de espaço e as vantagens que teriam foram os motivos para criarem a associação.

A associação tem em marcha vários projetos. Desde 2013 desenvolvem o “animais sem teto”
junto de famílias carenciadas do concelho, referenciadas pela rede social e onde prestam
cuidados veterinários e dão ração para os animais dessas famílias.

Gatos

Outro projeto que têm no terreno é o CED (Captura, Esterilização e Devolução) de gatos desenvolvido nas colónias errantes referenciadas da cidade. A autarquia já disponibilizou uma segunda verba para que o programa se possa manter. “Na primeira fase esterilizou mais de 80 felinos conseguindo controlar algumas colónias. Agora iremos estender o nosso raio de acção”.

A nova verba ronda os 20 mil euros: “temos um acordo para 4 anos, 20 mil euros por ano, entregue através de cheque veterinário, neste momento podemos dizer que graças ao investimento da câmara temos colónias controladas e apesar de muito trabalho pela frente, porque a cidade tem muitos gatos de rua, acreditamos que no final dos quatro anos vamos dizer que valeu a pena o investimento e o trabalho no terreno”.

IN “O Minho”