O projeto do El Corte Inglés na rotunda da Boavista, no Porto, vai ser retomado, avançou esta quinta-feira o vereador Ricardo Valente, com o pelouro da Economia, Turismo e Comércio.
Há um ano, o “Jornal de Notícias” noticiou que o grupo espanhol ainda não tinha desistido de construir um grande armazém na Rotunda da Boavista, retomando um projecto com mais de 15 anos e que foi chumbado pela Câmara do Porto, na altura presidida por Rui Rio.
O grupo espanhol só não tinha avançado ainda com a decisão definitiva porque aguardava pelos resultados dos trabalhos de prospeção no subsolo. O objetivo do compasso de espera dos espanhóis foi garantir o benefício no local da estação de metro da Linha Rosa.
Na altura, a empresa explicou que apesar de “a curto prazo, não se prever a construção do novo armazém”, continuava “interessado naquela localização”.
Recorde-se que a empresa espanhola, em 2000, antes de inaugurar o seu primeiro centro comercial em Lisboa, negociou com a Refer o direito de superfície, por 99 anos, do terreno da antiga estação ferroviária da Boavista. A operação ficou dependente da aprovação camarária e a data limite para a abertura era 2013.
A Autarquia chumbou e o grupo espanhol soube salvaguardar o negócio com o contrato de direito de superfície celebrado com a Refer.
O valor do negócio, entre os 20 e 25 milhões de euros, variava em função do momento da sua realização. O El Corte Inglés sinalizou a operação com 4,2 milhões e, nos termos do contrato, terá feito entregas adicionais até aos 10 milhões.
No caso do centro comercial ser chumbado, a Refer devolveria o dinheiro recebido, sem ter de pagar juros. Este acordo inicial foi sendo renovado e a estratégia do grupo espanhol foi esperar pela retoma económica e pela mudança da política municipal.