Zilda Henrique dos Santos Leandro, conhecida por Neia, foi morta com dois tiros no município de Niterói, no Brasil, no passado dia 16 de novembro, após pedir um real de esmola a um homem que passava na rua. O autor dos disparos foi detido e pode enfrentar uma pena até 30 anos de prisão.
O crime foi gravado por câmaras de vigilância instaladas na rua onde aconteceu o sucedido. Foi através delas que as autoridades conseguiram identificar e posteriormente deter esta terça-feira o autor dos disparos: Aderbal Ramos de Castro, um comerciante da zona que não terá gostado do pedido e da insistência da sem-abrigo.
As imagens mostram Neia a pedir a esmola (um real, cerca de 22 cêntimos) a Aderbal. Poucos segundos depois, o homem dispara dois tiros e continua a caminhar na rua. A mulher fica estendida no chão e segundo uma testemunha, citada pela imprensa brasileira, Aderbal Ramos agiu com frieza. O autor dos disparos ainda olhou duas vezes para trás, mas não fez mais nada.
Uma mulher que acompanhava muitas vezes a sem-abrigo socorreu-a, mas não conseguiu que nenhum condutor parasse para ajudá-las. Os serviços de emergência chegaram e a Neia foi levada para o hospital, onde viria a falecer. Segundo a advogada do comerciante, Daniela Lopes, Aderbal agiu em legítima defesa, uma vez que pensava que ia ser assaltado, como tinha acontecido no passado.
A violência entre sem-abrigo é um problema que o Brasil enfrenta há vários anos e segundo os jornais brasileiros, o município onde aconteceu o homicídio não foge à regra. Uma das medidas mais polémicas que avançou em agosto deste ano foi a possibilidade de internamento de milhares de pessoas sem casa no Rio de Janeiro. A lei continua a não ser consensual no país.
O comerciante Aderbal tinha autorização para ter posse de arma, o que levanta também o véu sobre os entraves que a legislação brasileira deveria ou não impôr aos seus cidadãos. Em 2017, cerca de 15 mil pessoas viviam nas ruas do Rio de Janeiro, de acordo com dados da Euronews.