Os médicos avisam que o fundador do Wikileaks poderá morrer se não for submetido a diagnóstico e tratamento. Pedem a sua transferência para um hospital universitário em Londres.
A saúde de Julian Assange está em tão mau estado que o fundador do Wikileaks pode morrer na prisão de alta segurança britânica em que está detido. É este o alerta de uma carta aberta assinada por 60 médicos dirigida à ministra do Interior britânica, Priti Patel.
“Como médicos, escrevemos esta carta para expressar as nossas sérias preocupações sobre a saúde física e mental de Julian Assange”, alertam os profissionais de saúde no documento com 16 páginas. Para os médicos, o fundador do Wikileaks “precisa urgentemente de diagnóstico médico” para que “qualquer tratamento médico indicado seja administrado por pessoal devidamente equipado e com experiência”.
E deixam um aviso claro. “Se o diagnóstico urgente e tratamento não acontecerem, temos sérias preocupações, de acordo com as provas de que dispomos, que o senhor Assange pode morrer na prisão. A situação médica é portanto urgente. Não há tempo a perder”, continuam na carta.
Os médicos pedem ainda que Assange seja transferido da ala de enfermaria da prisão de alta segurança para um hospital universitário em Londres.
A ministra do Interior britânica ainda não reagiu à carta.
O conteúdo da carta baseia-se em vários “relatos de testemunhas” sobre o estado clínico de Assange, australiano de 48 anos. Uma das pessoas que o relatou foi Nils Melzer, relator especial para a tortura das Nações Unidas, ao dizer que se Assange “continuar exposto à arbitrariedade e abuso pode em breve perder a vida”.
Os Estados Unidos continuam a lutar pela extradição de Assange para solo norte-americano sob acusações de espionagem. Se tal acontecer, pode enfrentar até 175 anos de prisão.