Jorge Jesus, do Flamengo, recebeu esta segunda-feira o título de cidadão honorário da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, pelas conquistas da Taça Libertadores da América e do Brasileirão. Acompanhado por alguns familiares, e depois de fazer um discurso emocionado, o treinador chorou.

“Eu, como português, e hoje, como um cidadão carioca… antes de ser cidadão carioca, eu já era um cidadão brasileiro porque Portugal está ligado ao Brasil desde 1500 quando Pedro Álvares Cabral chegou a Porto Seguro. Na minha infância, os meus professores ensinaram-me que o Brasil era um país irmão. Foi assim que fui educado. Hoje, ao ser homenageado pelo estado do Rio, eu sinto um grande orgulho”, declarou o treinador português, de 65 anos, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

Hoje, você, Jorge Jesus, passa a ser um carioca de papel passado, o que você já é de coração”, afirmou o presidente da Câmara dos vereadores da cidade, Jorge Felipe, no início da homenagem.

O governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, declarou, no mesmo evento, que no avião, junto da equipa do Flamengo, no regresso do Peru, admirou a simplicidade de Jesus, acrescentando que o técnico português já parece agir com um ‘carioca’.

Jesus não garante continuidade no Flamengo

À margem da cerimónia em que recebeu o título de cidadão do Rio de Janeiro, na Câmara dos Vereadores daquela cidade, Jorge Jesus também falou do futuro no Flamengo, sem garantir que vai continuar no clube que conduziu rumo às conquistas da Taça Libertadores e do Brasileirão.

“O futuro, no futebol, é muito ingrato. Aquilo que eu sei hoje é que vou continuar a trabalhar no Flamengo com muito empenho e a certeza de que tenho mais um objetivo a conquistar”, começou por dizer o treinador, de 65 anos, referindo-se, no fim, ao Mundial de Clubes.

Se fosse pelo coração, claro que tinha de ficar no Flamengo. Mas há outros fatores que são importantes na vida de um treinador… Eu nunca olhei para a minha carreira, pelo menos nesta decisão de vir para o Brasil, pela componente económica. Vim pela componente desportiva, porque se fosse pela parte económica não tinha vindo para o Brasil”, prosseguiu o treinador, para concluir, depois, sobre este tema.

“Vamos passo a passo e a pensar no que é melhor para o Flamengo e também para mim”, prometeu.

Note-se que, na mesma cerimónia de homenagem a Jesus, o presidente do Flamengo lançou uma operação de charme para tentar convencê-lo a renovar com o clube. “Estamos muito felizes de contar com você aqui. Sendo carioca, espero que possa continuar connosco por muito tempo”, afirmou Rodolfo Landim.