Está acusado de ter asfixiado a mulher, até à morte, no restaurante pertença de ambos, em Salamonde, Vieira do Minho. No início do julgamento no Tribunal de Braga António Manuel Fidalgo não quis, de momento, prestar declarações ao coletivo de juízes.

Após esta recusa, a magistrada do Ministério Público requereu a audição das declarações prestadas pelo arguido ao juiz de instrução, na fase de inquérito, tendo sido passada a gravação. Nela, o juiz perguntou, entre outras coisas, qual o motivo que levou o suspeito a escrever no Facebook do jornal “O Minho”, que dava conta da morte da mulher: “é o que dá as relações a três”. Ao que o arguido respondeu com evasivas, sem assumir que foi ele que a assassinou.

Lidas as declarações, o Tribunal ouviu, à porta fechada e sem a presença do próprio arguido – os dois filhos do casal, uma rapariga com 13 anos e um jovem de 17. Nenhum deles – disse fonte ligada ao processo – presenciou o suposto crime, embora a rapariga tenha visto a mãe no chão da lavandaria, onde o fatídico caso ocorreu.

A família pede ao arguido 505 mil euros de indemnização por danos morais e materiais. No julgamento, a defesa, a cargo do escritório de João Magalhães, diz não estar provado se foi ou não homicídio, salientando que, a ter havido homicídio ele não terá sido premeditado. Acrescenta que, na noite do crime, em março de 2018, após a discussão e a briga entre o casal, a mulher ficou caída no chão, ainda viva, como foi comprovado pelos médicos do INEM que tentaram reanimá-la. E não se sabe a causa da morte.

Esta a tese da defesa de, que ontem começou a ser julgado em Braga por ter matado, em março de 2018, a mulher por asfixia na residência do casal em Salamonde, Vieira do Minho.

A acusação diz que o crime ocorreu em 06 de março, tendo o arguido “apertado o pescoço” da mulher, “com o que lhe causou a morte por asfixia”. Segundo avançou na altura a Polícia Judiciária, o crime registou-se num quadro de violência conjugal.

Na noite do crime, o marido da vítima foi entregar-se à GNR de Braga. O advogado do suspeito disse que este assumiu o crime de violência doméstica e não o de homicídio, supostamente por ciúmes de um homem que frequentava o restaurante.

Na ocasião, aquele advogado disse ainda que, no local do crime, também se encontrava o alegado “amante” da vítima, tendo sido este quem deu o alerta às autoridades. Segundo João Magalhães, o marido terá tido uma discussão com a vítima, acusando-a de infidelidade. “A mulher ainda terá tentado tirar-lhe uma avultada quantia em dinheiro que ele tinha no bolso da camisa, houve zaragata, agressões, estaladas”, acrescentou.

O casal esteve emigrado duas décadas em Inglaterra, mas voltou a Portugal em 2017, abrindo em Vieira do Minho uma unidade de alojamento local e um restaurante.