Pêpê Rodrigues está com fome de bola. O médio do Vitória acredita que, em breve, os jogadores poderão regressar aos treinos nos relvados da Academia, ainda que com as limitações inerentes ao estado de emergência que vigora até ao dia 2 de Maio. Pêpê Rodrigues revelou não sentir qualquer receio pelo recomeço dos treinos, uma vez que serão respeitadas todas as normas de segurança.

A ansiedade pelo regresso a alguma normalidade é cada vez maior?: “Claro que sim. Queremos e gostamos de estar no campo, é aí que nos sentimos bem. Mas, apenas o vamos fazer depois de estarem reunidas as condições para tal. Não somos diferentes de todos os outros, temos estado em isolamento, mas queremos muito regressar aos treinos.”

Acreditam que esse regresso pode acontecer em breve?: “Acredito que sim e espero que sim. É muito complicado falar de uma coisa sobre a qual não estamos totalmente por dentro, como é este coronavírus. Mas, penso que nas próximas semanas podemos voltar aos treinos e à competição.”

Quanto tempo será necessário para voltarem a estar em forma, para voltar a jogar sem riscos de lesões?: “Temos mantido a condição física, mas é totalmente diferente trabalhar em casa ou no campo. Penso que três ou quatro semanas seja o indicado para termos condições para nos apresentarmos bem no próximo jogo.”

Já passou um mês e meio. Como a equipa vai estar a nível físico?: “Temos treinado todos os dias de manhã, por isso vamos dar uma boa resposta,. Os jogadores vão dar-nos condições para estarmos a 100 por cento quando começarmos a jogar.”

Já sente ‘fome’ de treinar com a bola?: “Claro que sim. É o nosso trabalho, uma coisa que gostamos muito de fazer. Em casa é possível dar uns toque, mas não se pode comparar. Sinto muitas saudades de voltar a treinar e jogar.”

Tem algum receio pelo regresso ao trabalho, devido às questões de saúde?: “Não. O clube e o mister já nos disseram que só vamos voltar se estiverem reunidas as condições indispensáveis para combater o vírus. Medo acho que não há nenhum. Podemos treinar com quatro jogadores no campo e ninguém está perto um do outro. Nos jogos será diferente.”

Ganhou o lugar na equipa nesta época e vinha a jogar a 6. Estava a viver o melhor momento da carreira? Em que posição se sente mais confortável?: “Espero que não seja o melhor momento da carreira, porque espero atingir mais e melhor. Estava num bom momento, mas espero que venham outros melhores. Na minha formação joguei a 6, mas também já tinha jogado a 8. As coisas saem naturalmente na posição 6, porque joguei nessa posição na formação. Também gosto de actuar a 8 porque dá-me mais liberdade de sair a jogar”.

Gostava de vir a valer 120 milhões de euros como o seu conterrâneo João Félix?: “Acho que são valores astronómicos, o futebol estava assim. Não vou falar sobre esses valores.”

Vai demorar até vermos o mercado atingir novamente valores desta grandeza?: “Depende sempre da oferta e da procura, se houver muita procura os valores vão subindo. Isto vai levar um tombo, tanto no futebol como em todas as outras áreas.”

Está disponível, se for solicitado para isso, para baixar o salário?: “O Vitória ainda não falou nada dos salários, mas é claro que os jogadores estão aqui para ser a solução, como temos sido até agora. Se o Vitória não falou nada sobre isso, não vamos ser nós a falar. O Vitória é que sabe as melhores condições para combater esta pandemia.”

E o melhor para o Vitória será o regresso à Liga Europa?: “Estávamos no bom caminho, estávamos a conseguir várias vitórias. Queremos que o campeonato recomece para atingir esse objectivo. As equipas estão paradas há mais de um mês, mas as rotinas estão criadas. Vamos precisar de três ou quatro semanas para voltar aos níveis físicos. Acho que vamos entrar em grande força.”

O Ivo Vieira disse, esta semana, que o campeonato do Vitória não estava a ser fantástico, que muito bom seria o 3.º ou 4.º lugar. Concorda?: “Claro que concordo. A exigência é sempre muito grande no Vitória. Muito bom era estar em 3.º ou no 2.º lugar, o mister tem razão. A Liga Europa está ao nosso alcance.”