A Ministra da Saúde admitiu essa hipótese, falando numa celebração “onde possam estar várias pessoas, desde que sejam respeitadas as regras sanitárias”. E avisa que cada organizador é que tem “de fazer um juízo de valor sobre aquilo que vão ser os riscos que vai correr”.
A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu, este sábado, a possibilidade de se realizarem celebrações do 13 de maio, em Fátima, desde que sejam respeitadas as “regras sanitárias”. A governante respondeu assim a quem questionava a possibilidade da cerimónia religiosa anual se poder realizar tal como aconteceu com o 1 de maio.
“Se essa for a opção de quem organiza as celebrações, de organizar uma celebração do 13 de Maio onde possam estar várias pessoas, desde que sejam respeitadas as regras sanitárias, isso é uma possibilidade”, disse a ministra, numa entrevista à SIC, onde acrescentou que “cada organizador de uma iniciativa tem de fazer um juízo de valor sobre aquilo que vão ser os riscos que vai correr”. “Pode haver entidades que entendam que o que está em causa é compatível”, ao contrário de outras, explicou.
Já sobre a polémica comemoração do Dia do Trabalhador, na Alameda, em Lisboa, Marta Temido defendeu que a manifestação organizada pela CGTP “estava em linha com a excecionalidade prevista no decreto presidencial” do estado de emergência. As condições foram estabelecidas pela estrutura sindical, mas foi preciso veiculação. “As autoridades de saúde competentes avaliaram a situação e impuseram regras”, reforçou, dizendo que foi “uma celebração ordeira e pacífica”. “Foi um número significativo de pessoas, superior ao que é um número-regra, mas enquadrado no que é a celebração de uma data”, acrescentou.
Marta Temido assumiu ainda, durante a mesma entrevista, concordar com o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que defendeu que “a idade não é um critério absoluto para determinar o risco” e, consequentemente, deixar uma faixa da população sem possibilidade de sair à rua. “Não podemos confinar as pessoas só porque têm mais de 70 anos”, disse a ministra, para quem tal decisão seria “desproporcional”. “A opção do nosso Estado foi sempre de sugerir às pessoas que elas tinham um dever especial de se salvaguardarem. Mas não de as impedirem de saírem à rua”, recordou.
A ministra da Saúde considerou, ainda, que o Serviço Nacional de Saúde “descobriu dentro de si uma força que estava adormecida” e assumiu que é preciso manter as 1800 contratações de profissionais de saúde feitas devido à pandemia de covid-19. “Agora temos que os manter para que os outros possam garantir respostas àquilo que ficou por fazer”, defendeu.