Os 150 restaurantes de Braga, reunidos na URBAC19 – União de Restaurantes de Apoio ao COVID, promovem, a 6 de maio, um protesto de rua, “contra as medidas inócuas” propostas para o setor. Estas empresas representam 1500 trabalhadores na região.
A manifestação, que vai decorrer na Praça do Município, envolve uma exposição de mesas na rua, e outra, no cemitério, de “cadáveres” – feitos de sacos de lixo – e de espantalhos, simbolizando “o sentimento de derrota e de morte que se vive no ramo”. A ação termina com uma entrega de chaves ao presidente da Câmara, Ricardo Rio, e ao responsável do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins.
De acordo com Albino Fernandes, do Colinatrum/Café, o principal motivo de descontentamento radica no facto de menos de uma dezena de empresas do ramo em Braga terem recebido a verba a que têm direito por terem entrado em “lay-off”: “não se admite que digam que há um ‘lay-off’ simplificado e, na prática, nos deem um que é super complicado e não chega a tempo”, disse ao JN.
A URBAC concorda com o calendário do Governo para a reabertura só no dia 18, mas lamenta que os empresários tivessem de adiantar o dinheiro para que os funcionários não ficassem sem salário.
O segundo motivo de descontentamento é o que dizem ser a” impossibilidade prática” de acesso a financiamento bancário: “antes da crise do Covid conseguiam-se empréstimos a juros muito baixos. Agora, os bancos metem o ‘complicador’, fazendo exigências absurdas, ou dizem que o dinheiro acabou”
Entre as exigências agora pedidas – assinala – está a obrigatoriedade de as empresas terem capitais próprios positivos: “isto não tem sentido, porque, por exemplo, quem abriu há pouco e fez investimentos, não pode ter capital positivo. E o mesmo sucede com aqueles que se endividaram na crise de 2009 e que ainda estão a pagar esses créditos”, explica.
Albino Fernandes diz que a banca “inventa” critérios para não emprestar dinheiro, esquecendo o que devia ser o principal: “o que interessa é saber se as empresas, apesar de terem ainda capital negativo, dão ou não lucro. Mas isso não interessa à banca”.