A pedido de muitos pais, as creches reabrem hoje sob forte atenção do Governo e com regras restritas para evitar o contágio entre crianças.

A partir de hoje as creches já podem abrir para responder à procura de muitos pais. Todos os funcionários das instituições pré-escolares estão a ser testados, sendo que até à última quinta-feira já tinham sido testados 15 mil trabalhadores de creches.

Apesar de pensamentos mistos, em que muitos pais também pedem que não seja efetuado um regresso antecipado, uma vez que as crianças podem ser uma fonte de contágio entre si, as instituições reabrem hoje com regras restritas em que não existe partilha de brinquedos e os educadores e auxiliares devem utilizar máscaras durante todo o período de contacto.

Mas quais são as regras específicas?

A Direção-Geral da Saúde (DGS) elaborou uma lista de orientações que devem ser seguidas no regresso às creches, para que a propagação do vírus seja o mais baixa possível. Segundo as mesmas orientações, “os responsáveis pelas creches, creches familiares e amas devem garantir uma redução do número de crianças por sala de forma a que seja maximizado o distanciamento entre as mesmas” sem que o funcionamento das atividades seja comprometido.

A orientação da DGS esclarece que todos os funcionários do espaço “devem usar máscara cirúrgica de forma adequada”, sendo que apenas às crianças maiores de 10 anos é obrigado o uso de máscara. “Garantindo que a segurança das crianças não fica comprometida, as portas e/ou janelas das salas devem ser mantidas abertas, para promover a circulação do ar”, aponta a DGS.

Tal como a diretora-geral da Saúde já referiu, o distanciamento físico entre as crianças deve ser maximizado, quando estas “estão em mesas, berços ou espreguiçadeiras”. De acordo com Graça Freitas, as crianças podem ser deitadas nos berços com a posição dos pés e cabeças alternadas, garantindo que existe “um colchão para cada criança e que esta usa sempre o mesmo”.

As crianças e funcionários devem ainda ser organizados em salas fixas, sendo que cada funcionário deve ficar apenas com um grupo restrito de crianças e os espaços devem ser pré-definidos de acordo com a divisão para que não exista contacto entre pessoas de grupos diferentes.

Apesar das crianças serem divididas, em grupos com números limitados, o calçado deve ser deixado à porta “nas salas em que as crianças se sentam ou deitam no chão, podendo ser solicitado aos encarregados de educação que levem calçado extra, sendo este exclusivo à creches. Ainda assim, esta medida também se estende aos funcionários presentes nas creches, evitando trazer germes de fora do espaço.

Outra medida que todas as instituições devem aplicar, de forma a evitar o cruzamento entre pessoas, é a definição de horários específicos de entrada e saída desfasados para os pais. Esta orientação serve para evitar encontros e potencial contágio, sendo que também serão definidos os circuitos de entrada e saída das salas de atividades. Também durante o período de refeições, a deslocação deve ser faseada para diminuir o cruzamento.

Os funcionários das creches devem ainda avisar os encarregados de educação que as crianças não podem levar brinquedos ou outros objetos não necessários de casa para a creche, além de garantir a lavagem regular dos brinquedos.