Treinador aponta assalto como um dos motivos para ter recusado propostas do exterior
Carlos Carvalhal, o novo treinador do SC Braga, revelou que deu preferência ao futebol português depois de ter sido vítima de assalto.
“Depois de um jogo contra o Marítimo, chegámos a casa e tinha três ladrões à porta”, contou o técnico, numa entrevista ao jornal Marca.
O assalto foi um dos “vários aspetos” com “peso” na decisão tomada pelo SC Braga, em detrimento das propostas que recebeu “de Inglaterra, Brasil e Israel”.
“Dei prioridade à minha família. Desde a minha casa vejo as luzes do estádio. Foi difícil sair do clube na primeira vez que cá estive. A minha família sofreu muita pressão quando aqui treinava”, finalizou Carlos Carvalhal.
“Há muita gente que opina que tem uma camisola vestida por baixo da camisa”, avisa Carvalhal
Carlos Carvalhal está cansado de algumas práticas que vigoram em Portugal e fala com frontalidade daquilo que pensa, deixando um conselho aos novos treinadores que chegam ao campeonato português.
“Vou explicar com todas as letras para toda a gente perceber. Aos novos treinadores que chegam à I Liga, quando jogarem contra os grandes, se houver casos de arbitragem, calem-se. Não digam nada”, aconselhou o novo treinador do SC Braga.
Em declarações no canal 11 da FPF, onde assegurou também que anda “limpo” e “não deve favores a ninguém”, Carvalhal salientou que tudo que após um jogo contra um dito grande for revelado por um treinador poderá representar uma ‘fatura’ nas semanas seguintes.
“Tudo que disserem vai ser usado contra vocês. És massacrado durante as semanas seguintes nos programas de comentário desportivo, és tratado abaixo de cão nas redes sociais para não dizer outras coisas como cartas a ameaçar matar-nos e à nossa família.”
Carlos Carvalhal assume com frontalidade que “isto tem de ser dito”. E vai mais longe.
“Há muita gente que opina que tem uma camisola vestida por baixo da camisa e andam depois a dar bicadas.”
O técnico assegura que sabe do que fala ao fazer estes comentários.
“Já tenho muitos anos disto. Ando a virar frangos há muitos anos”.
Neste sentido, Carvalhal refere ainda que nesta época, enquanto treinador do Rio Ave, sentiu que a sua equipa foi prejudicada nos Arcos contra os ditos três grandes.
“Fomos prejudicados nos três jogos em casa contra os três grandes. Contra o FC Porto não falei. Contra o Sporting não falei e contra o Benfica não disse nada”.
Como conselho para o futebol português, Carlos Carvalhal disse ser necessário que se use um método para que o tempo de jogo seja contabilizado, até porque em Portugal “os guarda-redes lesionam-se muito”.