Cerca de 40% das empresas da restauração e bebidas e 25% do alojamento turístico já despediram desde o início da crise pandémica, segundo os resultados do inquérito mensal da AHRESP, divulgado hoje.
Das empresas da restauração e bebidas que despediram, 29% reduziram o quadro de pessoal entre 25% e 50% e 14% em mais de 50%, mostra o inquérito realizado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).PUBLICIDADE
Quanto ao alojamento turístico, das 25% empresas que despediram, 30% reduziram o quadro de pessoal entre 25% e 50% e mais de 25% reduziram em mais de 50% os seus postos de trabalho.
Existem ainda 18% de empresas da restauração que assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano, enquanto no alojamento turístico esta percentagem é de 15%.
Os resultados do inquérito, que decorreu entre 30 de setembro e 04 de outubro e reuniu 1.173 respostas, “revelam empresas desesperadas e sem soluções à vista para evitar despedimentos e insolvências em massa”, alerta a associação.
Na restauração e bebidas, 32% das empresas ponderam avançar para insolvência e 14% empresas do alojamento manifestaram a mesma intenção.
De acordo com a AHRESP, para as empresas inquiridas, “a faturação do mês de setembro foi devastadora”, com mais de 63% das empresas da restauração e bebidas a registarem quebras homólogas acima dos 40%.
Numa análise ao período de verão (junho a setembro), os dados revelam que 31% das empresas da restauração registaram quebras entre os 50% e 75%, e cerca de 29% indicaram reduções acima dos 75% face ao Verão de 2019.
“Como consequência da forte ausência de faturação, cerca de 9% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em setembro e 13% só o fez parcialmente”, indica ainda a associação, que insiste na urgência de medidas de apoio direto às empresas, como a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA e o financiamento não reembolsável para reforço da tesouraria das empresas.
Segundo o inquérito, mais de 93% das empresas considera que as medidas do Governo “não são adequadas para a sobrevivência dos negócios” e, destas, 81% consideram a redução temporária da taxa do IVA dos serviços de alimentação e bebidas “a medida mais importante a ser implementada”.
Quanto às empresas do alojamento turístico, durante o mês de setembro, 18% não registaram qualquer ocupação e mais de 19% indicou uma ocupação máxima de 10%.
“Mais de 28% das empresas inquiridas revelaram, para o mês de setembro, uma quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação”, destaca a AHRESP.
Para outubro, 29% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero e 29% perspetivam uma ocupação máxima de 10%.
Já para novembro e dezembro a estimativa de ocupação zero agrava-se, sendo referida por cerca de 50% das empresas.