Uma menina de dez anos, residente em Guimarães, esteve 48 horas internada na unidade de cuidados intensivos do Centro Materno Infantil do Norte (CMIN), no Porto, conseguindo recuperar dos sintomas agravados pela covid-19.

Ana Marques, mãe da criança, referiu ao jornal O MINHO que a filha começou por ter alguns picos de febre no outro domingo, seguindo para o Hospital de Guimarães onde fez o teste à covid-19, mas este revelou-se negativo. No entanto, foi detetada uma baixa nas plaquetas sanguíneas, algo que, pensaram, estaria a ser provocado por uma virose normal que não o SARS CoV-2.

Uma menina de dez anos, residente em Guimarães, esteve 48 horas internada na unidade de cuidados intensivos do Centro Materno Infantil do Norte (CMIN), no Porto, conseguindo recuperar dos sintomas agravados pela covid-19.

Ana Marques, mãe da criança, disse a O MINHO que a filha começou por ter alguns picos de febre no outro domingo, seguindo para o Hospital de Guimarães onde fez o teste à covid-19, mas este revelou-se negativo. No entanto, foi detetada uma baixa nas plaquetas sanguíneas, algo que, pensaram, estaria a ser provocado por uma virose normal que não o SARS CoV-2.PUBLICIDADE

“Na segunda-feira ela começou a ficar sem forças, não se levantava da cama e tinha muitas manchas pelo corpo todo. Liguei para a saúde 24 e disseram-me para a levar novamente ao hospital”, conta Ana Marques.

Novamente no hospital, os pediatras perceberam que as plaquetas sanguíneas estavam a descer, pelo que foi necessário internar para transfusão sanguínea.

Entretanto, por causa do internamento, a criança foi novamente testada à covid-19 e, desta vez, acusou positivo. Já o teste da mãe deu negativo.

“Ela foi internada por volta das 03:00 horas da manhã de segunda-feira, mas o estado clínico agravou-se e à tarde foi transferida para os cuidados intensivos do CMIN”, explica a mãe.

Além de covid positivo, a menina desenvolveu um quadro designado por doença de kawasaki, que provoca manchas no corpo e inflamação dos vasos sanguíneos.

Ana assegura que estes sintomas raros são derivados da covid-19 e que a filha foi o primeiro caso conhecido em Portugal.

Esta quarta-feira, a menina continua internada no CMIN do Porto, desta vez na pediatria, já não estando nos cuidados intensivos. “Está sob vigilância permanente mas encontra-se francamente melhor”, revela Ana Marques.

“Foram 48 horas muito intensivas onde tudo fizeram para conseguir estabilizar o quadro dela até sair dos cuidados intensivos”, acrescenta a mãe, deixando um grande agradecimento aos profissionais do Centro Hospitalar do Porto por “salvarem a vida” da menina.

Deixa também um agradecimento à “doutora Raquel”, da pediatria do Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, por ter agido “prontamente” sem nunca “descurar a atenção na menina”.

“Isto que sirva de alerta para os adultos e pais, para que tenham consciência que os nosso atos prejudicam os outros”, ressalva Ana Marques, relembrando que as crianças “são mais frágeis” e podem sofrer muito com o vírus.

O primeiro alerta para crianças infetadas com covid-19 que desenvolveram sintomas semelhantes à doença de Kawasaki foi dado no Reino Unido, em maio, pela Associação de Pediatras de Cuidados Intensivos do Reino Unido.

Acabou por ser secundado pela Associação Espanhola de Pediatria e pela Sociedade Italiana de Pediatras, depois de um “aumento aparente” de casos em apenas três semanas , junto de crianças que iam sofrendo um estado “inflamatório multissistémico que requer cuidados intensivos”.

Os sintomas da doença de kawasaki incluem febre ao longo de cinco dias, erupções cutâneas e gânglios linfáticos aumentados no pescoço.