António Costa revelou, esta segunda-feira, que o país tem 704 camas de cuidado intensivos para covid-19 “em condições de funcionar” e que em março existirão mais 50. “Se vão ser suficientes? Se conseguirmos controlar esta pandemia agora, vamos conseguir viver sem dramas”. O plano de vacinação contra a covid-19 já está a ser preparado e há medidas a caminho para ajudar a restauração nesta fase, anunciou o primeiro-ministro.
Numa entrevista à TVI em que reiterou a confiança na ministra da Saúde, Marta Temido, porque “nenhuma ministra teve este tipo de provação”, António Costa mostrou-se otimista sobre a chegada de uma vacina, que ajudará o país a superar o problema da covid-19. “A União Europeia decidiu fazer compra conjunta para todos os Estados-membros. Todos os países terão de apresentar até ao final deste mês os critérios de vacinação. Está a ser planeado o armazenamento e a distribuição das vacinas. Vai correr bem. Não podemos falhar”, sublinhou.
Sobre a capacidade total do país relativamente a camas de cuidados intensivos, Costa sublinhou que os privados têm 120 camas UCI e que o Governo não tem preconceito ideológico sobre o recurso a este setor da Saúde. “Já tinha anunciado em abril que tínhamos uma convenção com o setor privado e que tínhamos camas previstas para a região Norte”.
Emergência na restauração
Para Costa, o momento atual do país acabou por ser uma surpresa, já que a segunda vaga chegou mais cedo. Ainda assim, o Governo acredita que se está a tempo de se controlar a pandemia, ainda que numa situação muito mais grave do que aconteceu em março. Mesmo assim, não é possível aplicar a mesma receita da primeira vaga, confinando o país. A recomendação para estes dias de estado de emergência é “saia, mas em segurança”.
“Não é possível conter esta pandemia sem perturbar as vidas das pessoas e da economia”. Salientando que 68% dos contágios acontecem em convívio familiar, o primeiro-ministro justificou as medidas de recolher obrigatório, mais duras ao fim de semana, com a limitação de circulação para evitar este tipo de reuniões. Para a área da restauração, que vai sofrer mais o impacto desta medida, o primeiro-ministro anunciou que iria ser lançado um “pacote específico” para apoiar estas empresas.
“O e-factura permite saber receita de cada restaurante no último ano ou último fim de semana. Temos estimado os custos fixos que as empresas têm”, revelou, para dizer depois que iria ter reuniões com as associações do setor, de forma a preparar um apoio especial. “A perda da restauração é absoluta. Não posso jantar amanhã o que não jantei hoje”, sublinhou, para justificar medidas especiais para restaurantes.