Apesar de estarmos em estado de emergência devido à pandemia, a verdade é que os nicolinos saíram à rua e fizeram ecoar o som de bombos e caixas pela Cidade. No Largo da Oliveira foi onde se registou a maior concentração, num momento que contou com a presença dos elementos da Comissão organizadora dos festejos.
Os estudantes desfilaram depois até junto do monumento ao Nicolino, junto à Igreja do Campo da Feira. Às 13h00, a Comissão pediu a todos os presentes que recolhessem a suas casas, cumprindo assim o que está estabelecido pelo Governo para estes dias. Elementos da PSP estiveram no local sem que se tivesse registado a sua actuação.
Comissão das Nicolinas de Guimarães garante “não ter promovido ajuntamentos”
Comissão de Festas Nicolinas garantiu “não ter promovido ajuntamentos” e aproveitou para reforçar o apelo para que as pessoas fiquem em casa na noite de hoje.
“O que aconteceu na [Praça da] Oliveira e no Monumento [escultura do artista plástico José de Guimarães que fica junto ao local onde é tradicionalmente enterrado o pinheiro após o cortejo] não foi promovido por nós. Foi algo voluntário e espontâneo. Nós temos vindo a apelar para que o Pinheiro se celebre em casa com caixas e bombos a rufar à janela ou varanda”, disse à agência Lusa o presidente da Comissão de Festas Nicolinas, André Alves, que é estudante do 12.º ano da Escola Secundária Francisco de Holanda.
Também o presidente da Associação dos Antigos Estudantes do Liceu de Guimarães (AAELG), José Ribeiro, de 73 anos e antigo estudante da agora denominada Escola Secundária Martins Sarmento, antes “Liceu de Guimarães”, que é o estabelecimento de ensino onde nasceram as Festas Nicolinas, reforçou o apelo.
“Dei a cara pela campanha de apelo para que todos fiquem em casa. Hoje, quando tive conhecimento de que havia grupos reunidos, percorri a cidade para pedir que não o fizessem. Se a praça esteve cheia, foi com certeza algo espontâneo. Este ano é atípico e isto é muito difícil para os nicolinos, para todos os vimaranenses, que vivem a tradição. Mas contornar as normas ou ignorar o que se passa [referindo-se à pandemia da covid-19] não faz parte do nosso espírito”, disse José Ribeiro, à Lusa.
Já na página da Câmara de Guimarães, no Facebook, a acompanhar um vídeo onde antigos e atuais estudantes da cidade fazem um apelo para que as pessoas se mantenham em casa, lê-se: “O espírito Nicolino sente-se de uma forma diferente, uma vez que não se realiza o cortejo do Pinheiro devido à situação de pandemia. Esta noite, celebramos a Noite do Pinheiro nas janelas e varandas das nossas casas”.
O vídeo é promovido pela Associação dos Velhos Nicolinos, Comissão das Festas Nicolinas e Associação das Comissões das Festas Nicolinas, com o apoio do Município de Guimarães.