Bracarenses deixam fugir trio da frente

O SC Braga perdeu hoje, por 2-0, em Paços de Ferreira, frente à equipa local, em jogo a contar para a 14.ª jornada da Liga portuguesa de futebol.

Após o ‘nulo’ verificado ao intervalo, entraram melhor os pacenses na segunda metade, adiantando-se aos 57 minutos, com um golo de Bruno Costa, e ampliando aos 76, através de Hélder Ferreira.PUBLICIDADE

Com esta vitória, o Paços de Ferreira reforça a sua quinta posição, agora com 25 pontos, apenas menos dois do que o quarto classificado, precisamente o SC Braga, que assim, nesta ronda, não aproveitou os empates registados por Sporting, FC Porto e Benfica, as três equipas acima na tabela.

As duas equipas iniciaram o jogo num encaixe tático, em ‘4-3-3’ (João Amaral rendeu no ‘onze’ do Paços Luther Singh, cedido pelos bracarenses, que se apresentaram pelo segundo jogo consecutivo sem Paulinho, lesionado), e os primeiros minutos foram marcados por muitos passes errados, de parte a parte, mas cedo se percebeu que a maior qualidade individual dos bracarenses ia obrigar os locais a cuidados redobrados.

O Braga alternava entre passes longos para os corredores laterais e aproximações em apoios mais curtos para chegar perto da área de Jordi, mas, na maior parte das vezes, houve alguma cerimónia no remate, faltando, consequentemente, melhor definição.

O Paços, tal como antecipara Pepa, procurava fechar todos os espaços e ajustar-se às movimentações contrárias, sem nunca deixar de espreitar o ataque, hoje compreensivelmente mais limitado a transições e bolas paradas, num campo mais ‘estreito’ por força do gelo acumulado numa das laterais e que dificultou muito a manobra das duas equipas.

Seria mesmo na sequência de um canto, as 35 minutos, que Marco Baixinho dispôs da melhor situação para marcar, na sequência de um cabeceamento ao primeiro poste.

Foi a resposta do Paços aos melhores momentos do Braga no primeiro tempo, concretamente a um cabeceamento de Ricardo Esgaio, em apoio ao ataque, aos 18 minutos, e a uma triangulação pela esquerda, aos 25, concluída num remate de Fransérgio apenas travado por Jordi.

Há uma reação da nossa parte no final e algumas saídas do Paços, mas nada de muito flagrante. Quem marcasse primeiro ficaria com grande vantagem, em função do relvado. Num lado do campo era só para patinagem artística. 

Tivemos quatro oportunidades na primeira parte. Não quero cometer nenhum erro, mas acho que o Paços marca na primeira vez que vai seriamente à nossa baliza. Uma equipa que tem quatro oportunidades e não concretiza… o golo do Paços tem peso. A equipa sentiu o golo sofrido, demorou a recompor-se. O Paços fecha-se bem e com a dificuldade em jogar num dos corredores… A palavra que me ocorre para este jogo é ingrato.»

O extremo Iuri Medeiros rendeu o médio defensivo Al Musrati ao intervalo, numa aposta mais ofensiva do Braga, mas o Paços começou a aproveitar os espaços e aos poucos foi perdendo o respeito pelo adversário, acabando por ser premiado aos 57 minutos.

Bruno Costa recebeu a bola na esquerda, fletiu para o meio e rematou cruzado, levando a bola a desviar no poste antes de entrar na baliza do desamparado Matheus, que voltaria a ser batido aos 76, por Hélder Ferreira, na insistência a uma bola no ‘ferro’ após livre lateral.

Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, em declarações na sala de imprensa do estádio Capital do Móvel, após a derrota por 2-0 frente ao P. Ferreira, em jogo da 14.ª jornada da Liga:

«Parabéns ao Paços de Ferreira pela vitória. Fizemos uma boa abordagem ao jogo, dominámos a primeira parte e criámos quatro situações para marcar. Não permitimos que o Paços chegasse perto da zona baliza. Não dava para jogar num terço do campo e isso limitou-nos. Precisamos dos corredores para jogar e o jogo só rodava para a esquerda, na direita era difícil jogar. Isso prejudicou a qualidade de jogo. 

Na primeira parte tivemos o Galeno e na segunda parte tivemos o Esgaio. Poderíamos e deveríamos estar a ganhar ao intervalo. Logo a abrir, criámos a oportunidade do Abel. Depois houve o golo do Paços e a equipa perdeu-se um bocadinho, em função do que tinha feito. No momento em que mexi sofremos o segundo golo. Faz parte do jogo.

O Braga, que falhou o empate aos 68 minutos, numa espécie de penálti em andamento por Ricardo Horta, nunca deixou de tentar o golo, mas acabaria por falhar o objetivo e perder o quinto jogo no campeonato.

Pepa, treinador do Paços de Ferreira, em declarações na sala de imprensa do estádio Capital do Móvel, após a vitória por 2-0 frente ao Sp. Braga, em jogo da 14.ª jornada:

«Foi a inteligência que tivemos e foram os jogadores. Entrámos com as linhas juntas, mas estávamos com muita dificuldade com a linha de quatro do Sp. Braga. É a equipa mais complexa de defrontar. Varia muito o sistema. E com bola, estávamos a jogar muito por dentro em situações individuais e aí o Sp. Braga é mais forte.

Na segunda parte percebemos o que o jogo pedia. Precisávamos de alargar a equipa do Sp. Braga para dar espaço aos nossos interiores. O golo do Bruno surgiu assim com a tal largura que criámos. Isso deu-nos conforto. Fomos iguais a nós próprios contra uma equipa tremenda com treinador de excelência e só um Paços a roçar a perfeição podia ganhar. O melhor que nos tinha acontecido na primeira parte foi o zero na baliza. Na segunda parte fechámos bem os espaços, tivemos mais bola e o resultado surgiu com naturalidade tal como poderia ter surgido o golo para o Sp. Braga.»

[Saída do Al Musrati]: «Sou obrigado a concordar. O jogo estava muito afunilado, não tínhamos largura. Independentemente da mudança do Sp. Braga, fechámos os espaços interiores e a largura. Com bola, abrimos o campo e ficámos mais confortáveis. Os extremos tiveram situações de um contra um e o Luiz e o Bruno começaram a surgir.»

[Fica satisfeito se acabar em sexto]: «Vou ser repetitivo, mas é o que é. Pensamos jogo a jogo. Disse na flash que o Sp. Braga é mais forte que nós, tem um treinador mais experiente, mas isso não nos diz nada. Dentro de campo fomos melhores. Só olhamos para nós. Isto é uma maratona muito longa e há fases boas e más. Queremos pontos de forma sustentada com boas exibições. Repito: roçámos a perfeição contra uma grande equipa.»

Ficha de Jogo

Jogo no Estádio Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.

Paços de Ferreira – SC Braga, 2-0.

Ao intervalo: 0-0.

Marcadores:

1-0, Bruno Costa, 57 minutos.

2-0, Hélder Ferreira, 76.

Equipas:

– Paços de Ferreira: Jordi, Fernando Fonseca, Marco Baixinho, Maracás, Uilton, Stephen Eustáquio, Luiz Carlos (Diaby, 78), Bruno Costa, João Amaral (Adriano Castanheira, 69), Douglas Tanque (João Pedro, 77) e Hélder Ferreira (Pedro Rebocho, 90+1).

(Suplentes: Michael, Pedro Rebocho, Marcelo, Diaby, Ibrahim, Matchoi, Adriano Castanheira, Lucas Silva e João Pedro).

Treinador: Pepa.

– SC Braga: Matheus, Ricardo Esgaio, Bruno Viana, David Carmo, Sequeira, Al Musrati (Iuri Medeiros, 46), André Castro (André Horta, 75), Fransérgio, Ricardo Horta (Lucas Piazón, 82), Abel Ruiz (Guilherme Schettine, 62) e Galeno (João Novais, 62).

(Suplentes: Tiago Sá, Vítor Tormena, Raul Silva, João Novais, André Horta, Lucas Piazón, Iuri Medeiros, Vítor Oliveira e Guilherme Schettine).

Treinador: Carlos Carvalhal.

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Galeno (62), Iuri Medeiros (85) e Diaby (90).

Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.