URMinho critica “jantares de comício em restaurantes que deveriam estar fechados”

A União de Restaurantes do Minho (URMinho) considera “incompreensível” que os seus associados não possam trabalhar “quando são permitidos ajuntamentos e jantares de comício, em restaurantes que deveriam estar fechados”

“É para confinar, não é para votar!”, dizem os empresários minhotos numa Carta Aberta dirigida aos órgãos de soberania, na qual anunciam que vão colocar faixas pretas bem visíveis à porta dos respetivos estabelecimentos para “mostrar a face negra desta democracia”.

Na missiva, a União de Restaurantes do Minho (URMINHO) sustenta ser “incompreensível que o setor esteja encerrado quando não há um único estudo que prove que a restauração é responsável pelo aumento dos números de casos de covid-19”.

“Enquanto os empresários e associados da URMINHO não podem trabalhar, são permitidos ajuntamentos e jantares de comício, em restaurantes que deveriam estar fechados”, afirma, em comunicado, a Direção do organismo, para quem “não é justo, não é sério e não é democrático, uns estarem inibidos de trabalhar e outros em campanha eleitoral fazendo com que os ajuntamentos, tão falados, aconteçam, denegrindo a imagem do país”.

No documento, enviado ao presidente da República, ao primeiro-ministro, aos presidentes, da Assembleia da República e da Comissão Nacional de Eleições e aos autarcas da região, a União defende que, “estas eleições não deveriam decorrer neste tempo tão dramático”.

E prosseguindo afirma: “Aliás, indo mais longe, nos picos do contágio, os restaurantes estavam fortemente limitados no exercício da sua atividade, dando-se enfâse ao Natal e ao Ano Novo. Não queiram, daqui a três semanas, andarem a lamentar-se de novo, pelo facto de se poder desconfinar e circular livremente, no dia 24, apenas com o pretexto de ir votar. Um país onde a democracia é posta apenas ao dispor de alguns não é um país democrático…”

A URMINHO “mostra total descontentamento perante as notícias publicadas (e não publicadas) pelos órgãos de comunicação social e sobretudo pelas fotos de cidadãos indignados com a falta de condições para exercerem o seu direito de voto”, sublinhando que o exercício do voto antecipado deveria ser usado para não permitir os ajuntamentos”. A pergunta que se impõe é: “Como será no dia 24?”.

in “JN”