Apesar do regresso dos treinos na formação das modalidades de médio risco, como o futebol, o futsal, o andebol, o basquetebol, o voleibol e o hóquei em patins, estar marcado para 19 de abril, João Paulo Ribeiro assumiu que as respetivas provas podem só voltar a 3 de maio, para se evitar uma “abertura abrupta”.
Os escalões de formação de todas as modalidades desportivas podem voltar a competir progressivamente até 3 de maio, consoante a “evolução epidemiológica” da pandemia de covid-19, afirmou hoje o secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo (na foto).
Numa conversa com o presidente da Confederação do Desporto de Portugal, Carlos Paula Cardoso, o governante esclareceu que as provas poderão ser retomadas nos dias em que a prática das modalidades volta a ser autorizada, consoante o grau de risco: as de baixo risco, todas individuais, a partir de 5 de abril, as de médio risco em 19 de abril e as de alto risco em 3 de maio, segundo o plano de desconfinamento anunciado em 11 de março.
“É evidente que temos competições. Nas modalidades individuais, temos competições a partir de 5 de abril, tenham as federações condições para isso. A partir de 3 de maio, temos todas as competições. Isto depende da evolução epidemiológica, do número de casos, da propagação do vírus”, afirmou, numa conversa por videoconferência transmitida na rede social Facebook.
Apesar do regresso dos treinos na formação das modalidades de médio risco, como o futebol, o futsal, o andebol, o basquetebol, o voleibol e o hóquei em patins, estar marcado para 19 de abril, João Paulo Ribeiro assumiu que as respetivas provas podem só voltar a 3 de maio, para se evitar uma “abertura abrupta”.
“Está-se a avaliar se é pertinente começar logo as competições em 19 de abril. Não me parece que seja logo adequado, porque os atletas não vão estar logo em condições de competir. E também temos a questão da mobilidade entre territórios. A ideia é que, nos primeiros 15 dias, não haja competições inter-regionais no país”, explicou.
Questionado por Carlos Paula Cardoso sobre a necessidade de se alterar a orientação que regula a prática desportiva no país, publicada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) em 25 de agosto, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto disse que o seu gabinete está em contacto com o Ministério de Saúde para que a “nova orientação saia o mais depressa possível”.
João Paulo Rebelo lembrou, contudo, que a orientação em vigor prevê uma retoma dos escalões de formação “três a quatro semanas depois” do início do ano letivo 2020/21, algo que não se verificou devido à subida do número de casos de infeção a partir de setembro e ao posterior confinamento geral entre janeiro e março.
Apesar de reconhecer que a interrupção da formação nas modalidades coletivas tem sido uma “tragédia”, o governante mostrou-se convencido de que o número de atletas em Portugal não apenas será recuperado no pós-pandemia, como até superado, devido ao prometido apoio ao setor de 65 milhões de euros e também à aplicação de verbas do próximo quadro comunitário, o Portugal 2030, no desporto.
“O próximo quadro de fundos comunitários vai, com toda a justiça, considerar o desporto, algo que o Portugal 2020 não considerou. O Governo tem o objetivo de que, em 2030, Portugal esteja entre as 15 nações mais ativas da Europa. E vamos aproveitar o PT 2030 para isso”, disse.
A propósito do regresso do público aos eventos desportivos e da impossibilidade de isso acontecer no Grande Prémio de Portugal de motociclismo, agendado para 18 de abril, e no Grande Prémio de Fórmula 1, em 02 de maio, ambos em Portimão, segundo notícia publicada pelo Expresso na sexta-feira, o secretário de Estado disse não ter “conhecimento sobre a fonte da notícia” e alegou querer público nos eventos o “mais depressa possível”.
“A Secretaria de Estado fez chegar às autoridades de saúde que queria ter público o mais depressa possível nos eventos desportivos. Temos confiança de que as entidades desportivas são capazes de organizar os eventos com toda a segurança. A decisão final é das autoridades de saúde”, adiantou.