Experiência terá durado cerca de 30 segundos. Cientistas dizem que nunca viram nada assim no comportamento de uma baleia jubarte. Pescador está bem.
Michael Packard, um pescador de lagostas de Cape Cod (costa de Provincetown, no Massachusetts, EUA) com 40 anos de experiência profissional, sobreviveu sexta-feira, enquanto mergulhava, a uma experiência que nunca mais esquecerá.
“Desci a cerca de 15 metros de profundidade e, de repente, senti um enorme solavanco e tudo escureceu”, disse Packard à WBZ, a estação televisiva local afiliada da CNN.
” Oh, meu Deus, acabei de ser mordido por um tubarão!” foi o seu primeiro pensamento. Mas logo a seguir percebeu que não: “Tateei e percebi que não havia dentes e não senti, realmente, nenhuma grande dor”.
E só então percebeu: “Meu Deus, estou na boca de uma baleia! Estou na boca de uma baleia e ela está a tentar engolir-me!”
Packard, um mergulhador experiente, disse a WBZ que ainda estava com seu aparelho de respiração na boca quando a baleia o engoliu. Pensou que conseguia respirar mas que mais tarde ou mais cedo o ar da botija se esgotaria.
“Pensei comigo mesmo: OK, é isso, vou morrer. E pensei nos meus filhos e na minha esposa “, disse ele. “Não havia como sair de lá.”
Depois terão passado aí uns 30 segundos, nas estimativas do pescador de lagostas. “De repente, a baleia subiu à superfície e simplesmente explodiu e começou a balançar a cabeça”, disse Packard. “Fui cuspido para o ar e caí na água. Não consigo acreditar. E estou aqui para contar.”
Packard foi retirado da água por um membro da sua tripulação, levado para a praia e depois transportado de urgência a um hospital próximo. No final, disse que estava “todo amassado, mas inteiro”.
O biólogo Jooke Robbins, diretor de Estudos de Baleias Jubarte no Centro de Estudos Costeiros de Provincetown, disse que o encontro incomum foi provavelmente um acidente. “Não vemos baleias jubarte fazendo algo assim normalmente”, disse Robbins à CNN. “Acho que foi uma surpresa para todos os envolvidos” – ou seja, para o pescador mas também para o próprio cetáceo.
Robbins disse que as baleias jubarte , também conhecidas como baleia corcunda ou baleia cantora, costumam-se envolver na chamada “alimentação por estocada”: uma baleia em movimento rápido tenta reunir na boca um grande volume de comida rapidamente. E “quando elas fazem isso, necessariamente não vêem tudo”.