Já morreram 58 pessoas por afogamento este ano em Portugal

As mortes ocorreram em zonas não vigiadas, a maioria em rios.

Este ano em Portugal já morreram 58 pessoas por afogamento, segundo os dados da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (FEPONS).

As mortes ocorreram em zonas não vigiadas e mais de metade ocorreram em rios, segundo os dados inscritos no relatório do Observatório de Afogamento da FEPONS, que tem os dados de janeiro a junho.

DADOS DO 1º SEMESTRE

As mortes em meio aquático registaram uma descida de 28,1% durante o primeiro semestre deste ano, face ao período homólogo de 2020. Durante o primeiro semestre deste ano houve 46 afogamentos, quando em 2020, durante o mesmo período, o número de óbitos foi 64.

A totalidade das mortes ocorreram em zonas não vigiadas, a maioria delas (45,7%) em rios, em especial durante os meses de março (11) e junho (16).

Segundo a mesma fonte, a maioria das mortes ocorreram nos distritos de Lisboa (sete) e Porto (seis), e as principais atividades que motivaram o afogamento foram “lazer: tomar banho” (15,2%) e “condução de embarcação” (13%).

O Observatório do Afogamento é um sistema criado pela Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores para contabilizar as mortes por afogamento em Portugal.

A época balnear abriu oficialmente em 12 de junho na grande maioria das praias portuguesas, sujeitas pelos segundo ano consecutivo a regras para prevenção, contenção e mitigação da transmissão da infeção por covid-19.

Segundo uma portaria publicada em Diário da República em 14 de maio, a época balnear pôde começar em 15 de maio e os municípios podem estendê-la até 15 de outubro.

OMS ALERTA PARA AFOGAMENTOS QUE CAUSARAM 2,5 MILHÕES DE MORTES EM 10 ANOS

Cerca de 2,5 milhões de pessoas morreram afogadas entre 2009 e 2019, um número que poderia ter sido significativamente reduzido com medidas simples, indica a Organização Mundial da Saúde.

Em muitos países, o afogamento continua a ser uma das principais causas de morte de crianças com menos de cinco anos, afirmou David Meddings, coordenador do trabalho de prevenção de afogamentos com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em conferência de imprensa.

“É uma causa de morte que pode ser totalmente evitada”, acrescentou o coordenador da OMS.

Só no ano de 2019, cerca de 236.000 pessoas morreram afogadas, segundo as estatísticas da OMS, que não contemplam os afogamentos causados por cheias ou suicídios, em embarcações de transporte, por exemplo, não contabilizando os muitos migrantes que perdem a vida no Mediterrâneo.

Segundo a OMS, 60% das vítimas têm menos de 30 anos, sendo as crianças menores de cinco anos as mais afetadas.

O afogamento é a principal causa de morte de crianças com menos de cinco anos na China e a segunda nos Estados Unidos e em França, alertou Meddings, mas a taxa é três vezes maior nos países de rendimento baixo e médio do que nos países ricos.

No Uganda e na Tanzânia, dois estudos mostraram que 80% das mortes por afogamento são de jovens pescadores.

Meddings destacou que precauções simples podem salvar vidas, tais como manter as crianças pequenas longe da água, cercar um poço com uma barreira ou ensinar às crianças o básico da natação.

O responsável citou o exemplo de simples plataformas submersas de madeira ou bambu com barreiras com as quais as crianças podem aprender o básico para nadar e apontou que uma piscina móvel ou removível também pode resolver o problema.

Por ocasião do Dia Internacional de Prevenção de Afogamento, a OMS apelou aos governos para que implementem planos nacionais para reduzir a incidência de mortes por este motivo.