A prevalência das variantes Beta e Gama, originárias da África do Sul e do Brasil, respectivamente, mantém-se baixa e sem tendência crescente.
A variante Delta foi responsável por 100% das infecções pelo vírus SARS-CoV-2 em todas as regiões do país na semana que terminou em 15 de Agosto, anunciou esta terça-feira o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa).
“A variante Delta (B.1.617.2) apresenta uma frequência relativa de 100% na semana de 9 a 15 de Agosto em todas as regiões, de acordo com os dados apurados até à data”, refere o relatório do Insa sobre a diversidade genética do vírus que provoca a covid-19. Segundo os dados do instituto, do total de sequências analisadas desta variante, 66 apresentaram uma mutação adicional na proteína da espícula (responsável pela entrada do vírus nas células), uma sublinhagem conhecida por “Delta Plus” que tem “mantido uma frequência relativa abaixo de 1%” nas últimas semanas.
De acordo com o Insa, a prevalência das variantes Beta e Gama, originárias da África do Sul e do Brasil, respectivamente, mantém-se baixa e sem tendência crescente. No que se refere à variante Alfa, associada ao Reino Unido e que já foi a predominante em Portugal, não foi detectada em Portugal na semana de 9 a 15 de Agosto, depois ter sido responsável por quase metade dos casos de infecções pelo novo coronavírus na semana entre 31 de Maio e 6 de Junho.
No âmbito desta monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2, têm sido analisadas cerca de 565 sequências semanais desde o início de Junho, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 121 concelhos por semana.
Em Junho, o instituto anunciou um reforço da vigilância das variantes do vírus que causa covid-19 em circulação em Portugal, através da sua monitorização em contínuo. Segundo o Insa, esta estratégia permite uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos de tempo entre análises, que eram dedicados, essencialmente, a estudos específicos de caracterização genética solicitados pela saúde pública.